Com discurso informal, Bolsonaro recebe Macri no Itamaraty e faz gesto de arma

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Depois de fazer um discurso formal, que foi lido em um teleprompter no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro chegou mais descontraído ao Itamaraty, nesta quarta-feira (16), onde recebeu o colega argentino Maurício Macri para um almoço. Na chegada, Bolsonaro brincou com a imprensa e recebeu Macri com sorrisos e abraço. Em um momento, ele chegou a repetir o gesto da campanha eleitoral de simular uma arma com as mãos, mas não foi acompanhado por Macri.

Enquanto esperava Macri entrar no Itamaraty, Bolsonaro foi questionado pelos jornalistas sobre o que achou de sua estreia recebendo um chefe de Estado – Macri é o primeiro a visitar o Brasil desde a posse. “Tudo tem uma primeira vez. Vocês lembram da sua?”, respondeu. Os jornalistas pediram a Bolsonaro que desse entrevista e ele continuou: “Eu sei que vocês me amam”.

Do lado de fora, um manifestante isolado tocava em um trombone a melodia “Olê-olá, Lu-lá, Lu-lá”, que ficou conhecida nas campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje preso em Curitiba (PR). A música podia ser ouvida enquanto o presidente argentino entrava no prédio.

Pouco antes de Macri ser recebido no Itamaraty, os ministros dos dois governos chegaram ao local. Pelo lado brasileiro, participam do almoço ministros como o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, da Economia, Paulo Guedes, da Agricultura, Tereza Cristina, e da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes. Também participam do almoço os ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor e o filho do presidente Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro (PSL).

Após a reunião com Macri, Bolsonaro, afirmou que os dois concordaram em “construir” um Mercosul “enxuto”, para que continue a ter relevância no cenário internacional.

“É preciso valorizar a tradição original do Mercosul, com abertura comercial, redução de barreiras e eliminação de burocracias”, disse o presidente brasileiro, em discurso no Palácio do Planalto. “Concordamos também que, com Uruguai e Paraguai, precisamos aperfeiçoar o Mercosul”, continuou.

Bolsonaro também afirmou que, na frente externa, é preciso concluir negociações mais promissoras e iniciar novas negociações, “com criatividade e flexibilidade para recuperar o tempo perdido”. Ele não citou nenhuma negociação em especial, embora o Mercosul esteja conversando com a União Europeia para um acordo de livre comércio.

 

Foto:Marcelo Camargo ABr