Novo ministro da Educação defende tirar Bolsa Família de aluno agressor

[the_ad id="63382"]

Novo ministro da Educação, Abraham Weintraub afirma que ficará vigilante a “tudo que sair” da pasta, como livros didáticos, e estará atento a “sabotagens”. Ele nega, porém, que haverá perseguição no MEC. “Não sou caçador de comunistas”, disse. O ministro afirmou que trabalhará para entregar o que está no plano de governo e não fará, por ora, mudança no Fies ou no ProUni. “Chega de solavanco.”

Tema do programa de Bolsonaro, a disciplina nas escolas é alvo de preocupação. Ele defende que professores agredidos em sala de aula chamem a polícia e que os pais sejam processados e, “no limite”, percam o Bolsa Família e a tutela das crianças infratoras. 

“Temos de cumprir leis ou caminhamos para barbárie. Hoje há muito o ‘deixa disso’, ‘coitado’. O coitado está agredindo o professor”, disse, frisando que ainda não há medidas previstas para enfrentar o problema.

Weintraub diz que o cronograma do Enem será cumprido e que Bolsonaro não lerá antes as questões da prova. “Se sair um Enem todo errado, sou o culpado e tem de me dar reprimenda ou me tirar do cargo.” Veja os principais pontos da entrevista:

Qual o principal problema a ser enfrentado na Educação? 

Há várias coisas da agenda com atraso no cronograma. Vélez saiu por isso. Não porque foi pego em escândalo ou por não ter capacidade intelectual. 

O senhor defende o enfrentamento ao “marxismo cultural”. Como propõe fazer isso? 

No curto prazo, tomando cuidado com tudo o que sair do MEC, como livros didáticos. Estamos preocupados com vazamentos, com sabotagens. Mas não estou indo caçar ninguém. Não sou caçador de comunistas. Não gosto do comunismo, mas aceito o comunista. Quero a redenção dele.

O que isso quer dizer? 

Quero convencer pela lógica. A pessoa não é má pura e simplesmente. Está envolvida numa mentira e aquilo é uma realidade para ela. Precisamos explicar que é uma ideologia errada. 

A estratégia de impedir a volta do PT passa pela Educação?

Sem dúvida. Uma pessoa que sabe ler e escrever e tem acesso à internet não vota no PT. A matemática é inimiga do obscurantismo Não sou contra petista. Tenho amigos que são petistas. Pessoas boas que não conseguem se livrar.

O senhor é favor de rever a ditadura militar nos livros didáticos?

O momento é de entregar resultado. Não quero entrar na discussão Evidentemente que houve ruptura em 1964. Mas foi dentro de regras. Houve excessos? Houve. Pessoas morreram? Sim. É errado? É e infelizmente ocorreu. Mas em um dia de protesto na Venezuela morreu mais gente do que no período. As coisas precisam ser contextualizadas. Houve contrarrevolução. Está documentado. E tem que ser escrito, dito. Por que não? Quando comparamos com o que houve na América Latina não concordo em chamar de ditadura. Houve regime de exceção. 

Há problemas graves de aprendizado nas escolas. A prioridade é enfrentar o marxismo cultural?

Quem é o patriarca da educação moderna brasileira? Paulo Freire. Deu certo? O Brasil gasta como países ricos em termos de PIB e nossos indicadores estão muito abaixo da média. A gente gasta bem e os indicadores são ruins.

É por causa de Paulo Freire?

Falar que é uma explicação única seria burrice. Deixa eu sentar lá. Cada dia sua agonia. 

A Base Nacional Comum Curricular será modificada? Acabará? 

Modificar. Acabar, não. O plano de governo não fala em acabar. Chega de solavanco.

Qual é o seu plano para as universidades federais?

O Brasil gasta muito e a produção científica com resultados objetivos para a população é baixa. Precisamos escolher melhor nossas prioridades. Não sou contra estudar filosofia, mas imagina a família de agricultores que o filho retorna da faculdade com título de antropólogo? Acho que ele traria mais bem-estar para ele e para a comunidade se fosse veterinário, dentista, professor, médico. 

Qual sua visão sobre política de cotas, ProUni e Fies?

Tem de manter. No curto prazo, não podemos bagunçar muito. Estamos mexendo com a vida das pessoas. Temos de fazer movimentos que não impactem de forma dura e negativa. O pagador de impostos tem de ser respeitado.

Foto: Divulgação

[the_ad_group id="6840"]