PROTESTO – A segunda reunião da CPI, como na semana passada, teve a participação de estudantes e membros de movimentos sociais que protestaram contra supostos desvios.
O deputado estadual Estevam Galvão (DEM) foi escolhido para ser o relator da CPI da Merenda na Assembleia Legislativa de São Paulo. Galvão é aliado do governador Geraldo Alckmin (PSDB). A segunda reunião da CPI foi realizada na manhã desta terça (28) e, como na semana passada, teve a participação de estudantes da rede estadual e membros de movimentos sociais que protestaram contra supostos desvios na compra de itens da merenda.
A indicação do relator foi feita pelo presidente da CPI, Marcos Zerbini (PSDB). Único deputado de oposição no colegiado, Alencar Santana Braga (PT) pleiteava o cargo, mas foi vencido pela maioria. O relator tem um papel importante na CPI. É dele o texto final que poderá propor ou não o indiciamento dos responsáveis pelas supostas fraudes nas licitações.
Pelo escopo da apuração da CPI, deverão ser investigados contratos de prefeituras e da Secretaria da Educação do governo Alckmin com a Coaf, cooperativa suspeita de ter pago propina a agentes públicos e políticos.
Um lobista da Coaf, Marcel Ferreira Julio, firmou acordo de delação premiada com o Ministério Público e afirmou que parte dos pagamentos ia para o presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB), por meio de assessores que atuavam em seu gabinete na época das eleições de 2014. Capez nega envolvimento no esquema. O caso é apurado pela operação Alba Branca, deflagrada em janeiro deste ano.
Na reunião desta terça, que durou pouco mais de uma hora, os membros da CPI também aprovaram sete requerimentos que solicitam documentos aos órgãos que investigam a máfia da merenda, como o Ministério Público, a Polícia Civil e a Corregedoria Geral da Administração, ligada ao governo do Estado. Nenhum requerimento para convocação de suspeitos foi apreciado. Já há, no total, mais de 40 apresentados.
Deputados do PT e do PSOL pedem a convocação de membros do governo suspeitos de envolvimento no esquema, como Luiz Roberto dos Santos, o Moita, ex-chefe de gabinete da Casa Civil de Alckmin, e Fernando Padula, ex-chefe de gabinete da Educação, entre outros.
Do outro lado, deputados governistas querem ouvir prefeitos do PT de cidades que também estão sob investigação na Alba Branca, como Luiz Marinho, de São Bernardo do Campo (Grande SP). Todos negam ter participado de irregularidades.