CRÍTICAS – De autoria de Haddad a ideia é alvo de críticas dos idealizadoras da Lei Cidade Limpa – que barrou a publicidade em outdoors na cidade em 2006, gestão de Kassab
Sem acordo entre os vereadores de São Paulo, a votação do projeto que libera a publicidade nas cerca de 4.500 bancas de jornal em São Paulo foi adiado para o próximo semestre, após o recesso parlamentar de julho.
De autoria do prefeito Fernando Haddad (PT), a ideia é alvo de críticas dos idealizadoras da Lei Cidade Limpa – que barrou a publicidade em outdoors na cidade em 2006, na administração Gilberto Kassab (PSD).
Para a urbanista Regina Monteiro, autora da Lei Cidade Limpa, esse novo modelo de propaganda permitirá a volta da poluição visual. A prefeitura nega e diz que a publicidade em bancas de jornal, considerada parte do mobiliário urbano, é prevista na própria lei Cidade Limpa.
Atualmente, a publicidade na cidade se limita aos pontos de ônibus e relógios. O contrato de propaganda nos pontos de ônibus é alvo de uma apuração do Tribunal de Contas do Município (TCM). O tribunal apura ilegalidades na licitação e na execução do contrato para instalação e conservação de 6.500 abrigos de passageiros em São Paulo.
O relator do processo, João Antonio, aponta haver indícios de direcionamentos na concorrência vencida em 2012 – último ano da gestão Gilberto Kassab (PSD)- pelo consórcio PraSP, que é liderado pela construtora Odebrecht e tem participação do grupo de televisão Bandeirantes.
O grupo prevê investimentos da ordem de R$ 625 milhões por um período de 25 anos. Quase todos os pontos já foram instalados. Em troca do investimento, o consórcio faz a exploração publicitária dos pontos de ônibus. A gestão Kassab diz que a licitação foi autorizada pelo próprio TCM naquele ano e que a concorrência seguiu as regras e foi “pautado pela lisura”.