PROCESSO – A comissão especial do impeachment encerrou a fase de produção de provas. Agora, até o fim do mês, a acusação e a defesa entregarão suas alegações finais
Com apelos sobre a sua trajetória política e na administração do país, a presidente afastada, Dilma Rousseff, apresentou nesta quarta (6) sua defesa na Comissão Especial do Impeachment. O documento foi lido por seu advogado José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União na gestão da petista.
“Saibam todos que vocês estão julgando uma mulher honesta, uma servidora pública dedicada e uma lutadora de causas justas. Tenho orgulho de ser a primeira mulher eleita presidenta do Brasil. Nestes anos, exerci meu mandato de forma digna e honesta. Honrei os votos que recebi”, iniciou a presidente.
“Não pratiquei nenhum crime de responsabilidade que pudesse legitimar o meu afastamento ou a cassação do meu mandato de Presidenta da República”, completou. Antes de entrar no mérito das acusações que pesam contra ela, Dilma fez um resumo de sua trajetória política desde a militância contra a ditadura militar até a sua eleição para comandar o país e, sem citar diretamente nomes, acusou o governo do presidente interino, Michel Temer, de estar aplicando um golpe no país.
“O destino sempre me reservou grandes desafios. Alguns pareciam intransponíveis, mas eu consegui vencê-los. Já sofri a dor indizível da tortura, já passei pela dor aflitiva da doença, e hoje sofro a dor igualmente inominável da injustiça. O que mais dói neste momento é a injustiça. O que mais dói é perceber que estou sendo vítima de uma farsa jurídica e política”, disse, completando: “não esmoreço”.
A comissão especial do impeachment encerrou a fase de produção de provas. Agora, até o fim do mês, a acusação e a defesa entregarão suas alegações finais. Os integrantes do colegiado só voltarão a se reunir em 2 de agosto quando o relator o processo, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), apresentará seu parecer indicando se a presidente deve ter seu mandato cassado ou não.