PREJUÍZOS – Secretário de Saúde de São Paulo, David Uip, disse que as ações do grupo podem gerar um rombo de até R$ 300 milhões neste ano nos cofres públicos
Quatro dias após ser deflagrada a investigação da PF e do MPF sobre um suposto esquema de fraudes na compra de implantes no Hospital das Clínicas, o secretário de Saúde de SP, David Uip, falou nesta quinta (21), na ação de quadrilhas em casos do tipo. Segundo ele, essas ações podem gerar um rombo de até R$ 300 milhões neste ano nos cofres públicos.
A operação Dopamina investiga indícios de irregularidades de profissionais do HC que instruiriam pacientes com mal de Parkinson a procurar a Justiça a fim de obter marcapassos cerebrais pelo SUS de maneira mais rápida. Com decisões judiciais, podiam adquirir equipamentos sem licitação, que custavam cerca de quatro vezes mais que o preço com o certame.
O secretário ressaltou que as supostas irregularidades ainda estão em apuração e que não há confirmação de culpa dos suspeitos – o neurocirurgião Erich Fonoff e o diretor técnico Waldomiro Pazin, funcionários do HC.
“Nós somos judicializados, este ano a estimativa é de R$ 1,2 bilhão”, disse Uip, em referência aos casos em que os pacientes procuram a Justiça para acelerar tratamentos ou obrigar que hospitais forneçam materiais. “Todo mundo foi vítima. Se há dolo, o que ainda não sabemos, está sendo investigado, eu entendo que a secretaria [de Saúde] foi vítima, o HC foi vítima, os pacientes foram vítimas”, disse.