Ex-senador Suplicy é detido pela PM em reintegração de posse na capital

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DELEGACIA – Candidato a vereador em São Paulo tentou obstruir o cumprimento de uma determinação judicial e recebeu voz de prisão; ele foi levado ao 75º Distrito Policial

A tropa de choque da Polícia Militar lançou bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral para dispersar um grupo de sem-teto que impedia a reintegração de posse de um terreno invadido na zona oeste de São Paulo. O ex-senador e candidato a vereador Eduardo Suplicy (PT) estava no local e foi detido pela polícia.

Suplicy, que é candidato a vereador, chamou de “inaceitável” e “truculenta” sua detenção. “A truculência da Polícia Militar do governo Alckmin é inaceitável. Se fazem isso com um ex-senador da República, imagine o que sofre a população que tanto precisa de apoio”, disse o petista em sua página em uma rede social.

O protesto começou por volta das 5h desta segunda-feira (25) quando a polícia chegou ao terreno ocupado, na rua Carlos Faria e com mais de 11 mil metros quadrados, no Jardim Raposo Tavares, para retirar os moradores.

Os manifestantes fizeram barricadas e atearam fogo durante a manifestação na rua José Porfírio de Souza para tentar impedir a chegada do oficial de Justiça. Eles também obrigaram o motorista e o cobrador de um ônibus a desembarcarem, e cruzaram o veículo na rua.

Por volta das 8h, a tropa de choque chegou ao local para retirar as famílias. Segundo a PM, os moradores atearam fogo em um ônibus – que foi controlado rapidamente – e atiraram pedras e pedaços de paus contra a polícia. Os policiais revidaram com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral.

A polícia informou que o ex-senador Eduardo Suplicy (PT) liderou uma ação para impedir a passagem dos tratores para destruir os barracos. O ex-senador e os moradores deitaram no chão para impedir a passagem dos tratores. Segundo a polícia, Suplicy foi detido e encaminhado para prestar depoimento na delegacia.

 

 

Prefeitura de SP afirma que área apresenta risco de desabamento

O terreno pertence ao município e, segundo a Prefeitura de São Paulo, a área apresenta risco elevado de desabamento, o que inviabiliza construção de moradia popular. Segundo a prefeitura, a Defesa Civil do município estudou a possibilidade de retirar apenas parte dos barracos, mas concluiu que isso colocaria os demais barracos em risco, por causa da fragilidade estrutural do conjunto.

A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) disse ainda que a reintegração de posse é uma determinação judicial e os moradores foram avisados previamente sobre a desocupação. Os manifestantes afirmam que 350 famílias foram cadastradas pela subprefeitura do Butantã, em 2013, mas este número aumentou para cerca de 450. Eles reclamam que já fizeram várias reuniões com a subprefeitura, mas não conseguiram entrar em um acordo e que as famílias não têm para onde ir nem receberam ajuda da prefeitura.

Ao todo, segundo a prefeitura, 211 famílias residem no local e já estão cadastradas no programa habitacional do município. Além disso, a gestão Haddad afirmou que uma equipe do Serviço Especializado de Abordagem Social está no local para encaminhar as pessoas que tiverem interesse para os serviços da rede socioassistencial.