Cirurgias eletivas são suspensas na Santa Casa de SP; faltam remédios

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FECHAMENTO – A Santa Casa de Misericórdia, o maior hospital filantrópico da América Latina, já chegou a fechar o pronto-socorro por falta de condições de atendimento

Em crise há pelo menos dois anos, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo decidiu suspender a realização de cirurgias eletivas, aquelas em que não há necessidade urgência. O hospital está com falta de equipamentos e de medicamentos no estoque para a realização dos procedimentos. A Santa Casa vai deixar de realizar 900 cirurgias por mês. Os atendimentos simples continuam sendo realizados, mas quem precisa passar por uma cirurgia de catarata, por exemplo, vai ter que esperar mais tempo.

A Santa Casa de Misericórdia, o maior hospital filantrópico da América Latina, chegou a fechar o pronto-socorro por falta de condições de atendimento. O antigo provedor, Kalil Rocha Abdalla, chegou a reclamar da falta de repasse de verbas do estado e da União.

“Passei para iniciar meu tratamento contra o câncer e, chegando aqui, fui informada que não existem medicamentos. Agora não sei quando serei atendida”, lamentou a dona de casa Ivaneide Lins Barbosa, 38, moradora da zona norte da capital.

A Santa Casa também teve quase R$ 1 milhão em bens bloqueados pela Justiça por irregularidades na antiga gestão. O então provedor Kalil Rocha Abdalla renunciou. O pediatra José Luiz Setúbal assumiu o cargo com o desafio de negociar a dívida.

Para equilibrar as contas, a Santa Casa demitiu 1.500 funcionários em outubro do ano passado. A operação voltou a funcionar no azul, mas a nova administração do hospital ainda tenta quitar as dívidas que chegam a R$ 860 milhões.

O valor devido refere-se aos gastos com fornecedores, funcionários e empréstimos bancários.

A Secretaria Estadual da Saúde disse que repassou R$ 360 milhões para a Santa Casa nos últimos 18 meses para ajudar o hospital a sair da crise. O Ministério da Saúde disse que está revendo a tabela do SUS, que é a principal forma de repasse de verbas da União para hospitais filantrópicos.