RESGATE – Os criminosos pediam resgate de R$ 120 milhões, que precisariam ser entregues em quatro pacotes de dinheiro vivo – o primeiro pedido teria sido acima desse valor
A polícia de São Paulo prendeu nesta segunda-feira (1º) um piloto de helicóptero apontado pela polícia como o suspeito de comandar o sequestro de Aparecida Schunk, 67, sogra de Bernie Ecclestone, o inglês todo-poderoso da F-1.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informou que Jorge Eurico da Silva Faria é suspeito de ser o comandante da ação criminosa. Segundo a polícia, ele prestava serviços para a família quando Bernie Ecclestone vinha ao Brasil para os eventos da Fórmula 1. Faria é dono da JF, empresa que até 2014 foi responsável pela operação aérea do GP Brasil de Fórmula 1. A polícia diz que ele era íntimo da família da refém.
Ele ocupou também a presidência da Abraphe (Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero) de abril de 2014 até o final de março de 2015, quando deixou o cargo a pedido, alegando razões pessoais. À época, ele informou que iria se mudar para Portugal. Ele foi preso em casa, na Granja Viana, em Cotia.
O secretário da Segurança Pública, Mágino Alves, afirmou que Faria conhecia a rotina da família. Porém, os investigadores acreditam que outras pessoas estejam envolvidas. Eles apuram o fato de que os sequestradores sabiam que a família iria receber naquele dia uma encomenda. Quando renderam Aparecida, os dois bandidos presos tocaram a campainha, carregando uma caixa, como se fossem fazer uma entrega.
Segundo a polícia, Faria contratou os dois homens presos no domingo (31) para realizarem o sequestro e prometeu a eles uma parte do valor do resgate. Os três se comunicavam por telefone. Além de Faria, policiais da DAS (Divisão Antissequestro) da Polícia Civil prenderam dois suspeitos de participação no sequestro na noite deste domingo após libertar Aparecida Schunk, que era mantida em um imóvel em Cotia, na Grande SP, desde o dia 22 de julho.
Os dois presos Victor Oliveira Amorim, 19, procurado por furto, e David Vicente de Azevedo, 23, foram levados ao IML (Instituto Médico Legal) para exame de corpo delito durante a madrugada e, depois, eles foram conduzidos à carceragem do 2º DP (Bom Retiro).