“Drogados, mendigos, uma gente diferenciada.” Foi desta maneira que moradores de Higienópolis, bairro nobre de São Paulo, definiram, em 2010, o que aconteceria se ali fosse construída a estação Angélica-Pacaembu, da linha 6-laranja do metrô.
Exatos seis anos depois, começaram as obras da estação no coração do tradicional bairro judaico paulistano. O trânsito de parte da rua Sergipe foi interditado nesta segunda-feira (8). Nesta terça (9), operários trabalhavam na demolição de casas onde ficarão entradas da estação.
Pedro Iwanov, presidente da Associação Defenda Higienópolis, que organizou um abaixo-assinado contra a construção da estação na esquina da avenida Angélica com a rua Sergipe, como estava prevista, diz que a história é “página virada”.
“Nunca fomos contra o metrô, porque é impossível. Higienópolis é um dos bairros mais atendidos por metrô, tem a estação Santa Cecília, Marechal Deodoro, Paulista, até a Clínicas. Só éramos contra o local dela”, diz, se referindo à proximidade com a futura estação Higienópolis-Mackenzie, 600 metros adiante, porque “o metrô não poderia pegar velocidade”.
A percepção no bairro parece ter mudado. “Não querer metrô é indefensável”, diz o aposentado Hiran Leão, 86. “Metrô tem que ter a cada dez metros”.
A linha 6-laranja ligará a Vila Brasilândia, na zona oeste, a São Joaquim, na região central, com 15,3 quilômetros de extensão ao longo de 15 estações. A previsão de entrega é em 2021. Haverá integração com as linhas 1-azul e 4-amarela do metrô, além da linha 7-rubi da CPTM. O custo total da implantação da linha é de R$ 9,9 bilhões.