BARRA – O Brasil ainda tem Arthur Zanetti, nas argolas, e Flavia Saraiva, trave, nas finais desta segunda (15). Na terça (16), Franciso Barreto Jr. disputa a barra fixa
Um veterano que, enfim, realiza o sonho de pendurar uma medalha no peito. Um jovem que se arrisca e atinge o que parecia improvável. A ginástica artística masculina do Brasil conseguiu um feito inédito nos Jogos do Rio e colocou dois atletas no pódio do solo: Diego Hypolito, 30, é prata; Arthur Nory, 22, bronze.
“Não consigo acreditar que é real. Mostra para qualquer pessoa que, se acreditar, você pode realizar seu sonho. Em uma Olimpíada [2008] eu caí de bunda, na outra [2012], literalmente de cara, e agora caí de pé, afirmou Hypolito, campeão mundial de solo em 2005 e 2007.
“Eu nem era tão bom agora quanto nas outras Olimpíadas e consegui uma medalha. Quando saí de lá parecia que havia saído um caminhão das minhas costas. Era minha terceira Olimpíada, com 30 anos, e vou para quarta Olimpíada, sim.”
Hypolito foi o segundo a se apresentar e saiu do solo vibrando. Mas quando viu a nota no placar, 15.533, não escondeu o desapontamento. “É baixa”, disse ele ao técnico Marcos Goto.
E aí começou a agonia. O campeão do individual geral, Kohei Unchimura, havia se apresentado primeiro e pisado fora do tablado. O japonês estava fora da disputa.
Mas logo veio Max Whitlock. Hypolito andava pra lá e pra cá, ansioso. O britânico, que havia empatado com o brasileiro no qualificatório, foi mais eficiente na final: 15.633. Um lugar a menos no pódio para ser ocupado. Nada de ouro.
Quando Arthur Nory entrou para se apresentar, as posições estavam inalteradas. O brasileiro cravou sua série e saiu vibrando tanto que quase caiu do tablado. A nota o colocou ao lado do colega de equipe na agonia da espera: 15.433.
Faltavam três rivais. A torcida deixou o “fair play” de lado e vibrou com os erros do japonês Kenzo Shirai e do norte-americano Jacob Dalton. Quando Samuel Mikulak entrou no tablado, Hypolito já tinha uma medalha assegurada e já chorava.