Cidade de SP tem a primeira delegacia da mulher com atendimento 24 horas

O Governador de São Paulo, esteve presente na abertura do plantão24 horas da 1° Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) no centro de São Paulo. 22/08/2016 - São Paulo - Foto: Eduardo Saraiva/A2IMG
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OCORRÊNCIAS – Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, os casos de violência contra a mulher também podem ser registrados em outras delegacias não especializadas

A primeira delegacia com atendimento 24 horas especializado e multidisciplinar às mulheres vítimas de violência já começou a funcionar em São Paulo. A portaria foi publicada no “Diário Oficial” no último sábado (20), e já entrou em vigor, estabelece atendimento a mulheres vítimas de violência no período noturno, nos fins de semanas e feriados. O atendimento diurno, segundo a portaria, continua a ser realizado de segunda a sexta, nas unidades especializadas subordinadas às delegacias seccionais da polícia.

A Central de Flagrante subordinada à 1ª Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher, ligada ao Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), vai funcionar na rua Bittencourt Rodrigues, no número 200, na região da Sé, no centro da cidade. Segundo a Segurança Pública de São Paulo, duas delegadas, formadas na última terça (16), foram destinadas à unidade.

O secretário Mágino Alves Barbosa Filho participou às 19h desta segunda-feira (22) da inauguração do plantão, que começou a partir das 20h. Inaugurada em 1985, a 1ª Delegacia da Mulher foi o resultado do movimento de mulheres e de um processo de redemocratização do Poder Judiciário e dos distritos policiais. A ampliação do atendimento era uma das reivindicações de movimentos sociais, como Minha Sampa e Mulheres Mobilizadas, e acontece logo após a celebração de dez anos da Lei Maria da Penha, no dia 7 de agosto.

As demais delegacias vão continuar a funcionar apenas de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e não haverá atendimento no fim de semana. Segundo a secretaria, os casos de violência contra a mulher também podem ser registrados em outras delegacias não especializadas.

Segundo a ONG Minha Sampa, um dos grandes desafios para combater a violência de gênero é fazer com que as vítimas consigam denunciar seus agressores. Dados da organização indicam que 90% dos casos no país não são denunciados. Números do SUS mostram que 65% das agressões partem de pessoas próximas da vítima, e 72% delas acontecem dentro de casa.