EDUARDO CUCOLO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – As contas do setor público mostraram deficit de R$ 154 bilhões nos 12 meses encerrados em julho de 2016. O valor corresponde a 2,54% do PIB (Produto Interno Bruto), patamar recorde da série histórica iniciada pelo Banco Central em 2002.
O valor tem se aproximado mês a mês da meta meta fixada na lei orçamentária para este ano, que é um deficit de R$ 163,9 bilhões (2,6% do PIB) para União, Estados e municípios. O número inclui um resultado negativo de R$ 170,5 bilhões para o governo federal e um superavit de R$ 6,6 bilhões para os governos estaduais e municipais.
Em julho, o setor público registrou deficit de R$ 12,8 bilhões. Com isso, o resultado acumulado no ano, que está negativo desde maio, chegou a um deficit de R$ 36,6 bilhões, ante superavit de R$ 6,2 bilhões no mesmo período de 2015.
A maior parte do resultado negativo do mês passado (R$ 11,9 bilhões) se refere ao resultado na esfera federal. Municípios e estatais federais também tiveram deficit.
No ano, os Estados se destacam e acumulam superavit de R$ 10,5 bilhões. No acumulado em 12 meses, fizeram uma economia de R$ 6 bilhões.
JUROS E DÍVIDA
Como o setor público não consegue mais economizar para pagar os juros da dívida pública, que somaram R$ 427 bilhões nos últimos 12 meses, o deficit público total nominal chegou a R$ 581 bilhões (9,6% do PIB) no período.
Esse valor contribuiu para elevar a dívida bruta do país de 66,5% para 69,5% do PIB entre dezembro de 2015 e julho de 2016. A dívida líquida passou de 36,2% para 42,4% do PIB no mesmo período.