Temer viajará à China para ‘mostrar que país volta à normalidade’


VALDO CRUZ E GUSTAVO URIBE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Apesar da correria de última hora que será sua viagem à China, o presidente interino Michel Temer insistiu em manter a agenda internacional para, segundo ele, mostrar ao mundo que o Brasil volta à normalidade jurídica em relação a seu comando e, com isto, atrair investimentos externos.
Temer passa a manhã no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-presidência da República, e espera embarcar para a reunião do G-20 (grupo das maiores economias do mundo) no final da tarde. O Palácio do Planalto considera como certa a aprovação do impeachment presidente Dilma Rousseff nesta quarta-feira (31), em votação no Senado. Os próprios aliados da petistas também avaliam que não há possibilidade de reversão do resultado.
Na China, Temer vai ter conversas bilaterais e reuniões conjuntas com chefes de Estado, oportunidades em que ele quer mostrar aos colegas de outros países que o Brasil saiu do campo da indefinição sobre quem chefia o país. Isso, segundo o presidente interino, é essencial para a volta da normalidade e, principalmente, para os investidores externos voltarem a ter confiança de aplicar recursos em projetos no Brasil.
Temer tem como principais desafios tirar o país da recessão e voltar a gerar emprego, revertendo a tendência de aumento do desemprego, que atinge quase 12 milhões de trabalhadores. Para atingir este objetivo, considera vital aprovar as medidas de ajuste fiscal.
O presidente interino assiste à votação final no Palácio do Jaburu acompanhado de ministros, como Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), e de aliados como o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que assumirá interinamente o Palácio do Planalto com a viagem do peemedebista para a China.
A previsão caso Dilma Rousseff perca o mandato é que, terminado o processo de impeachment, o peemedebista se desloque para o Palácio do Planalto, onde deve ser notificado e se reunirá com ministros e aliados para irem juntos ao Congresso Nacional para a cerimônia de posse.
Com o objetivo de votar medidas econômicas na próxima semana, como a proposta do teto dos gastos e a medida provisória que administra o programa de concessões em infraestrutura, Temer pediu ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que não viaje para a China.
Ele permanecerá em Brasília para ajudar o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no período de interinidade na Presidência da República.