SILAS MARTÍ
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um protesto de artistas contra o presidente Michel Temer marcou a entrevista coletiva dos curadores da Bienal de São Paulo na manhã desta segunda.
Depois que os responsáveis pela 32ª edição da mostra, que será aberta ao público nesta quarta, terminaram a apresentação, um grupo de artistas da mostra liderados por membros do coletivo Opavivará marcharam até a frente da mesa dos curadores gritando “fora, Temer” e “golpistas, fascistas não passarão”.
O artista Amilcar Packer lembrou que 26 pessoas haviam sido presas numa manifestação nos últimos dias na cidade. O ato durou cerca de cinco minutos e foi aplaudido por grande parte dos jornalistas que acompanhavam a entrevista coletiva.
Mesmo os curadores da mostra, incluindo o chefe da equipe, o alemão Jochen Volz, lembraram a tensão política em suas falas. “Em seu discurso de posse, Michel Temer disse que havia acabado a incerteza, mas nós queremos falar da incerteza sim”, disse Volz, aludindo ao título desta edição da mostra, “Incerteza Viva”.
Dentro do pavilhão, os artistas circulavam usando camisetas com os dizeres “quero votar para presidente”, “diretas já”, “fora Temer”, entre outros. Elas foram produzidas pelo Aparelhamento, coletivo que se formou em torno da ocupação da sede paulistana da Funarte, desfeita em julho.
Além dos artistas da mostra, alguns críticos estrangeiros circulavam com as camisetas pretas e brancas criadas para o ato.