BELA MEGALE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato, decretou nesta segunda (5) a prisão preventiva de Aldemário Pinheiro Neto, o Léo Pinheiro, um dos sócios da OAS.
Na manhã desta segunda Pinheiro também foi alvo de condução coercitiva na operação Greenfield, que investiga desvios de R$ 8 bilhões dos quatro maiores fundos de pensão do Brasil.
A decisão de Moro, porém, não tem ligação com essa investigação.
No despacho, o juiz acata a solicitação feita em março pelo Ministério Publico Federal pedindo que Léo Pinheiro retorne da prisão domiciliar ao regime fechado.
Moro defende que o quadro de provas se alterou e afirma que hoje vê risco do empreiteiro obstruir a investigação da Lava Jato.
Entre os principais argumentos acatados está a tentativa de obstrução de justiça por meio do pagamento de R$ 5 milhões em propina ao ex-senador Gim Argello para que ele não convocasse empresários para a CPI mista da Petrobras.
“O pagamento de propina a um parlamentar federal para impedir regular funcionamento da CPI é um claro ato de obstrução investigação”, diz o despacho.
O documento cita ainda que a Polícia Federal constatou a destruição de alguns e-mails de Léo Pinheiro.
Também são descritos outros delitos supostamente cometidos pelo empreiteiro que estão sob investigação, como um tríplex em Guarujá (SP) construído pela OAS e que teria a família do ex-presidente Lula como donos.
“Não só os pressupostos da prisão preventiva, boa prova de materialidade e de autoria, mas igualmente o fundamento, risco à investigação, à instrução e aos processos, bem como risco à ordem pública, defiro o requerimento do MPF para decretar a prisão preventiva de José Adelmário Pinheiro Filho, vulgo Léo Pinheiro”, determinou Moro.
A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa de Léo Pinheiro.