Sem verba, consórcio paralisa ‘linha das universidades’ do metrô de SP

SÃO PAULO,SP,10.08.2016:OBRA-ESTAÇÃO-METRÔ - Vista do local onde será construída a futura estação Higienópolis-Mackenzie da Linha 6-Laranja do Metrô, na Rua da Consolação, em São Paulo (SP), na manhã desta quarta-feira (10). A Linha 6-Laranja irá ligar a Brasilândia (Zona Norte) à estação São Joaquim (região central). As obras já começaram. (Foto: J. Duran Machfee/Futura Press/Folhapress)

CONCLUSÃO – Quando concluída, terá 15 estações em 15,3 km e ligará o noroeste da cidade ao centro (Brasilândia-São Joaquim); mais de 600 mil pessoas usarão essa linha diariamente

O consórcio responsável pela construção, operação e manutenção da futura linha 6-laranja do Metrô anunciou nesta segunda-feira (5) a suspensão das obras. A concessionária Move São Paulo, composta pelas empresas Odebrecht Transport, Queiroz Galvão, UTC Engenharia e pelo fundo Eco Realty, alegou problemas para obtenção de financiamento de longo prazo, “condição indispensável à continuidade do projeto”.

Afora o fundo, as três empresas de engenharia que integram o consórcio são investigadas pela Operação Lava Jato, o que parece ter afetado sua capacidade de obter empréstimos no mercado.

Ficarão mantidos, segundo o consórcio, o processo de desapropriação das áreas necessárias ao empreendimento, o atendimento à comunidade afetada e a logística para receber os dois tatuzões, já adquiridos.

A linha 6-laranja tinha sido inicialmente prevista para 2018, mas atualmente já se trabalhava com prazo de conclusão apenas em 2021. A suspensão das obras deve prejudicar ainda mais esse calendário.

Também conhecida como a “linha das universidades”, a linha terá instituições como o Mackenzie e a PUC em seu trajeto. Quando concluída, terá 15 estações em 15,3 km e ligará o noroeste da cidade ao centro (Brasilândia-São Joaquim). Estima-se que mais de 600 mil pessoas usarão essa linha diariamente.

Os investimentos já feitos chegam à casa de R$ 2,7 bilhões. Em nota, a concessionária afirma que negocia com o BNDES e com o governo do Estado de São Paulo “alternativas para o reequilíbrio da parceria público-privada de implantação da linha 6-laranja de metrô”.

A suspensão das obras sob responsabilidade privada representa um problema para a gestão Geraldo Alckmin (PSDB), já que o governo tem planos de privatizar 60% da operação da rede do Metrô, ficando responsável majoritariamente pela regulamentação e fiscalização do setor.