PAULA REVERBEL, ANGELA BOLDRINI, GIBA BERGAMIN JR., ARTUR RODRIGUES E WALTER NUNES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Cerca de 15 mil manifestantes, de acordo com os organizadores, participaram de um ato contrário ao governo de Michel Temer que marchou até a casa do presidente em São Paulo, no final da tarde desta quinta (8).
O protesto foi convocado pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, composta por movimentos sociais contrários ao impeachment de Dilma Rousseff.
A Polícia Militar não divulgou estimativa de público.
O ato consistiu de uma marcha que saiu do Largo da Batata, no bairro de Pinheiros e percorreu um trajeto de cerca de 3 km. A residência paulistana do presidente fica em Alto de Pinheiros, região nobre da zona oeste de São Paulo.
Em estratégia semelhante a utilizada na manifestação do último domingo (4), líderes de movimentos sociais e políticos ficaram na linha de frente do protesto, formando um “cordão humano” que visa impedir episódios de violência policial. Entre eles, estava o ex-senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
Durante a caminhada, membros do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), uma das entidades que constitui a Frente Povo Sem Medo, acompanharam jovens mascarados para evitar depredações.
Dois manifestantes, Daniel Vas e Laura Tonidandel, que estavam com o rosto coberto, foram abordados por PMs e revistados. Após os policiais constatarem que a dupla não carregava nenhum material ilícito, ambos foram orientados a deixar o rosto descoberto e foram liberados.
Nas proximidades da casa de Temer, a PM fechou o quarteirão com uma grade. Além disso, no início do ato, revistaram as pessoas que chegavam de metrô ao Largo da Batata.
Manifestantes chegaram a discutir com policiais da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) que seguiam a retaguarda do ato. Alegaram que as motos estavam próximas demais das pessoas.
Também houve discussão entre participantes da caminhada e motoristas incomodados com o bloqueio das avenidas Faria Lima e Pedroso de Morais. Algumas casas da região foram pichadas.
De acordo com Guilherme Boulos, uma das lideranças do movimento, a manifestação foi o aquecimento para um novo ato que deve acontecer no domingo (11), na av. Paulista.
“Eles achavam que a maioria do povo brasileiro fosse aceitar a legitimidade de um congresso corrupto e sem vergonha. Uma coisa é Michel Temer ter governabilidade no congresso, outra é ter nas ruas, e isso eles não vão ter”, disse.