Commodities derrubam mercados; Bolsa cai 3% e dólar sobe a R$ 3,30


EULINA OLIVEIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ibovespa cai mais de 3% e o dólar avança frente ao real, para a casa dos R$ 3,30, nesta terça-feira (13).
O mercado doméstico é pressionado pelo cenário externo negativo, com a queda dos preços do petróleo e do minério de ferro. Também no exterior, a moeda americana se fortalece por causa da busca de investidores por segurança, e as Bolsas recuam.
Os preços do petróleo recuam mais de 2,5% depois que a AIE (Agência Internacional de Energia) divulgou que o excesso de oferta global da commodity vai durar mais do que o estimado inicialmente. Já o minério de ferro caiu quase 3% na China.
Segundo analistas, os mercados também refletem a percepção de que os bancos centrais não deverão lançar novas medidas de estímulo para conter uma desaceleração da economia global.
Prevalece também no cenário externo a cautela de investidores antes da reunião de política monetária do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), na semana que vem, apesar de a probabilidade de uma alta dos juros neste mês seja baixa.
No campo doméstico, seguem as incertezas após a esperada cassação do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
“O cenário político continuará no radar dos investidores, com a repercussão da cassação de Eduardo Cunha por expressiva votação de 450 votos a 10 no plenário da Câmara, e se a reação dele poderá comprometer de alguma forma a tramitação das medidas de ajuste fiscal no Congresso”, comenta a equipe de análise da Lerosa Investimentos, em relatório.
Para analistas da Guide Investimentos, uma delação premiada de Cunha segue sendo um risco para o governo Temer, “que deve afastar todo e qualquer envolvido”.
BOLSA
O principal índice da Bovespa perdia há pouco 3,18%, aos 56.722,79 pontos.
Pressionadas pelo petróleo, as ações da Petrobras perdiam 3,58%, a R$ 13,45 (PN), e 4,30%, a R$ 15,34.
As ações da Vale reagiam à queda do minério de ferro na China e caíam 4,84%, a R$ 14,13 (PNA), e 6,46%, a R$ 16,36 (ON).
Entre as siderúrgicas, CSN ON recuava 6,82%; Gerdau PN, -6,75%; Metalúrgica Gerdau PN, -3,51%; e Usiminas PNA, -5,65%.
No setor financeiro, Itaú Unibanco PN caía 2,21%; Bradesco PN, -4,05%; Bradesco ON, -3,51%; Banco do Brasil ON, -3,45%; Santander unit, -3,10%; e BM&FBovespa ON, 3,00%.
CÂMBIO E JUROS
O dólar à vista subia há pouco 0,93%, a R$ 3,3064; o dólar comercial ganhava 1,78%, a R$ 3,3070.
Pela manhã, como tem ocorrido diariamente, o Banco Central leiloou 10.000 contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares, no montante de US$ 500 milhões.
No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 subia de 13,975% para 13,990%; o contrato de DI para janeiro de 2018 avançava de 12,550% para 12,610%; e o contrato de DI para janeiro de 2021 subia de 11,980% para 12,130%, refletindo a apreciação do dólar.
O CDS (credit default swap) de cinco anos brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, subia 4,52%, aos 265,197 pontos.
EXTERIOR
Em Nova York, o índice S&P 500 caía 1,47%; o Dow Jones recuava 1,40%; e o Nasdaq, -1,34%.
Na Europa, a Bolsa de Londres recuava 0,34%; Paris, -0,91%; Frankfurt, -0,26%; Madri, -1,31%; e Milão, -1,44%.
Na China, apesar de dados econômicos positivos, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve queda de 0,07%. O índice de Xangai ganhou 0,06%.
A produção industrial chinesa cresceu no ritmo mais rápido em cinco meses em agosto. As vendas no varejo também superaram as expectativas.
Em Tóquio, o índice Nikkei avançou 0,34%.