NATÁLIA CANCIAN
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Ministério da Saúde e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgaram nesta terça-feira (13) novas regras para os procedimentos de doação de sangue devido ao risco de transmissão do vírus da zika.
As medidas ampliam os critérios que devem ser observados durante a etapa de triagem de doadores de sangue. Desde dezembro de 2015, pessoas com suspeita de infecção por zika ou que tiveram o diagnóstico clínico ou laboratorial da doença são consideradas inaptas a doar sangue por 30 dias.
Agora, as regras foram ampliadas também para as pessoas que tiveram contato sexual com parceiros que tiveram sintomas e diagnóstico do vírus da zika nos três meses anteriores. Neste caso, a pessoa também se torna inapta a doar sangue por 30 dias.
Segundo o governo, a atualização foi necessária “frente a novas evidências científicas de transmissão do vírus zika por transfusão e contato sexual”. A transmissão por mosquitos vetores, no entanto, ainda é considerada a principal via de infecção pelo vírus.
CHIKUNGUNYA
Além do zika, nota técnica assinada pelo ministério e pela Anvisa também traz recomendações semelhantes em relação ao vírus chikungunya. Neste caso, pessoas que tiveram o diagnóstico de infecção ficam impedidas de doar sangue por até 30 dias após a recuperação completa.
Mesmo período vale para pessoas que se deslocaram ou que procedem de regiões endêmicas, com alto número de casos da doença.
Em nota, o Ministério da Saúde afirma que os serviços de hemoterapia “já estão atentos às condutas de triagem” que devem ser adotadas frente ao zika e chikungunya.
Segundo a pasta, doadores que apresentarem sintomas dessas infecções até 14 dias após a doação também devem informar os serviços de hemoterapia para que sejam tomadas as medidas necessárias, como recolhimento dos estoques e monitoramento dos receptores do sangue doado.
“É importante destacar que a contaminação por transfusão é muito rara, sendo que a principal forma de transmissão por zika e chikungunya continua sendo via vetor (mosquitos), com risco muito superior à via transfusional”, informa. O ministério lembra ainda que “é fundamental que a população mantenha a doação de sangue, um ato que ajuda a salvar vidas.”
O governo também estuda a incorporação, nos serviços de hemoterapia do país, de testes para identificação da presença do vírus da zika no sangue.