Jornada de trabalho não será alterada com reforma, reafirma ministro


FERNANDA PERRIN
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A jornada de trabalho não será alterada em uma eventual reforma trabalhista, disse o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, diante de uma plateia de sindicalistas nesta segunda (19).
A afirmação, que vem sendo reiterada pelo ministro nos últimos dias, é uma tentativa de conter a repercussão negativa após uma fala de Nogueira ter sido interpretada como uma defesa da ampliação da jornada diária para 12 horas.
Foi pelo menos a segunda vez no mesmo dia em que o ministro disse que a jornada não será ampliada, que os direitos trabalhistas não serão retirados, mas “consolidados”, e que os trabalhadores não serão “surpreendidos” por uma reforma, mas participarão o tempo todo da discussão. No início da tarde, Nogueira já havia feito o mesmo discurso na sede do Fequimfar (sindicato dos trabalhadores da indústria química e farmacêutica de São Paulo).
O discurso foi repetido durante lançamento de edição comemorativa do livro “1 de Maio”, de autoria do ex-senador italiano José Luiz Del Roio, publicado originalmente há 30 anos.
“Além de ser da minha natureza conviver entre trabalhadores, eu sigo orientação do presidente Michel Temer para que o ministério exerça um amplo diálogo com todos aqueles que fazem parte do mundo do trabalho”, disse o ministro no evento de lançamento do livro.
Nogueira também afirmou que nenhum direito assegurado pela CLT será retirado, como o 13º salário e as férias. Segundo ele, há três eixos que norteiam a reforma trabalhista: segurança jurídica para acordos entre sindicato e empregadores, fomento da ocupação com renda e consolidação de direitos.
O lançamento do livro ocorreu na sede do sindicato dos comerciários de São Paulo e teve a participação de lideranças da Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Nova Central, entre outras.
A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) e candidata à Prefeitura de São Paulo também participou do evento. Em seu discurso, ela disse querer “reafirmar” seu compromisso com os trabalhadora e fez críticas à “qualidade da disputa eleitoral” em São Paulo.