Governo colombiano e as Farcs assinam acordo de paz histórico

Caratagena de Indias (Colombia), 26 de septiembre 2016.- El Presidente de Colombia, Juan Manuel Santos, en la gráfica. Foto: Carlos Silva / Presidencia de la República
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Logo após uma tempestade que deixou algumas ruas do centro histórico de Cartagena semialagadas, teve início, às 17h (19h em Brasília) a cerimônia de assinatura do tratado de paz entre o governo colombiano e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

O local escolhido foi o centro de convenções da cidade, mas do lado de fora, o espaço foi aberto ao público. No palco, estavam os mandatários latino-americanos convidados, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o líder das Farc Rodrigo “Timochenko” Londoño. Todos, no palco e na audiência, vestiam branco, como pedido pelo protocolo da cerimônia.

Depois de um minuto de silêncio dedicado às mais de 250 mil vítimas do conflito, iniciado há 52 anos, houve apresentação de cantores populares e a execução do hino nacional colombiano.

Na sequência, “Timochenko” se aproximou da mesa onde estava o texto do acordo e o assinou primeiro. Na sequência, foi a vez do presidente Juan Manuel Santos, levando a multidão presente aos aplausos. Na audiência, algumas pessoas choravam, outras faziam acenos com lenços brancos.

Após a assinatura, o líder guerrilheiro colocou em sua camisa um broche com uma pomba da paz na camisa e os dois se cumprimentaram. O acordo foi assinado com um “balígrafo” (uma brincadeira com a palavra “caneta” em espanhol, que é “bolígrafo”), ou seja, uma caneta fabricada com balas de fuzil, que virou uma espécie de símbolo das negociações entre as duas partes.

A assinatura do acordo, porém, não significa que ele será imediatamente implementado. Agora, deverá ser aprovado em um plebiscito no próximo domingo (2). Por conta de um pedido especial do governo, para ser vencedora, a proposta do “sim” ao acordo terá de obter apenas 13% dos votos (ou seja, 4,5 milhões).