RENATA AGOSTINI E MARIANA CARNEIRO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um país em profunda recessão, com desemprego crescente, inflação elevada e investimentos deprimidos. Esse foi o Brasil que o presidente Michel Temer disse que recebeu de Dilma Rousseff.
Temer, que foi vice de Dilma desde a primeira eleição, em 2011, afirmou, em discurso em São Paulo, que não tem culpa da gravidade do quadro que encontrou.
“Vou cansá-los com dados para que daqui a dois, três meses não digam que o passivo é nosso”, disse.
O presidente mencionou a inflação, que acelerou de 6% para 10% ao ano entre 2014 e 2015, e uma queda do investimento de 25%.
“Por trás desses dados estão homens e mulheres que pagam um preço inaceitável. Chegamos a quase 12 milhões de desempregados. E reitero que não foi culpa minha.”
O presidente afirmou que o país vive “a pior crise de sua história”, decorrente do desequilíbrio das contas do governo. E que herdou R$ 185 bilhões em restos a pagar. “Os gastos se transformaram numa bola de neve”, afirmou.
“A lista é longa e nos leva a algumas conclusões incontornáveis. A crise que enfrentamos é a mais grave da nossa história. Não quero assustá-los, mas motivá-dos para que juntos possamos sair dessa crise. A causa é basicamente interna e fiscal. O Estado endividou-se muito além de sua capacidade, e gerou recessão e desemprego.”
Temer participou de evento organizado pela revista “Exame”, nesta sexta-feira (30), em São Paulo.