
CONFUSÃO – Após um motim, o CPP (Centro de Progressão Penitenciária) de Jardinópolis (a 329 km de São Paulo) registrou fuga em massa de detentos na manhã desta quinta (29)
Após um motim, o CPP (Centro de Progressão Penitenciária) de Jardinópolis (a 329 km de São Paulo) registrou fuga em massa de detentos na manhã desta quinta (29). Ao menos 200 presidiários escaparam a partir das 9h.
De acordo com a Polícia Militar, a fuga ocorreu após os detentos atearem fogo em uma das alas. Superlotado, o local abrigava na última terça (27) 1.864 detentos no regime semiaberto, para uma capacidade de 1.080. Foi justamente a superlotação o motivo alegado por familiares de detentos para a rebelião.
Na fuga, os presos derrubaram uma grade de cerca de quatro metros de altura e fugiram em meio às lavouras de cana-de-açúcar e matas existentes no entorno da prisão. Também fugiram pelo rio Pardo, que fica na divisa com Ribeirão Preto. Um pescador afirmou à polícia que um preso se afogou ao tentar fugir.
O fogo, que começou na oficina da marcenaria, se espalhou para um pavilhão do CPP. Um incêndio cujo início ainda não foi explicado começou em canaviais. O corpo de um preso, cujo nome não foi revelado, foi achado durante a tarde, carbonizado, em meio à cana queimada. O motim fez a rodovia Cândido Portinari, que passa em frente ao CPP, ficar interditada por quase uma hora. Segundo policiais ouvidos pela reportagem, ao menos cem presos foram recapturados.
Motoristas são alertados e entram em pânico nas vias
A fuga em massa assustou motoristas que trafegavam pela rodovia e polícias de cidades próximas, como Ribeirão Preto, Brodowski e Batatais, que receberam alertas sobre a rebelião e a saída dos presos. Em alguns casos, houve troca de tiros com policiais militares. Não houve relato de feridos nem de reféns, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária.
A pasta afirma que o tumulto começou durante revista de rotina e foi controlado pelo grupo de intervenção rápida, com apoio da PM. A polícia informou que a estratégia de incendiar vegetação para capturar foragidos não corresponde “com os padrões de atendimento de ocorrências” do gênero.
O Corpo de Bombeiros foi acionado para conter o fogo num dos pavilhões, e o helicóptero Águia foi usado na busca aos foragidos. Presos que não fugiram hastearam lençóis nas grades, acompanhados à distância por familiares que foram ao local. Inaugurado há três anos, o CPP de Jardinópolis é uma das 21 prisões abertas nos últimos seis anos no Estado que apresentam superlotação.