DÉBORA ÁLVARES
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), confirmou na tarde desta terça-feira (5) que o partido não vai apoiar nenhum dos candidatos que foi para o segundo turno no Rio de Janeiro.
O deputado estadual Carlos Osório, que concorreu pela sigla, teve 8,6% dos votos, “mais do que o partido esperava”, nas palavres de um tucano. Contudo, os dois primeiros colocados, Marcelo Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (PSOL), não têm “identificação nenhuma com o PSDB”, afirmou Aécio.
“O candidato Freixo, representa, do ponto de vista da sua visão política, a negação daquilo que o PSDB acredita. Em seu próprio discurso após a eleição, quando dedica sua vitória àqueles que consideram o impeachment golpe, nos afasta de forma definitiva dessa opção. Não há identidade entre a candidatura do PSDB-RJ com o outro candidato, o Crivella”.
Além da decisão de manter a independência no Rio, o presidente do PSDB anunciou ainda que o partido vai apoiar Geraldo Júlio, no Recife, e Antonio Campos, em Olinda, ambos do PSB.
“É uma forma de homenagear, não apenas um partido, que aqui no Congresso tem tido conosco enorme identidade e parceria, mas uma homenagem minha, pessoal, ao ex-governador Eduardo Campos. Apoiando seu irmão [Antonio Campos], retribuindo apoio que tive lá no segundo turno das eleições presidenciais”.
Os direcionamentos foram conversados mais cedo, em almoço da bancada. Em clima de “vitória”, os senadores avaliaram que a sigla ganhou e sai fortalecida do primeiro turno das eleições, no domingo (3).
O “almoço da vitória”, como se referiu o próprio Aécio ao encontro, comemorou especialmente a vitória de João Doria em primeiro turno para a Prefeitura de São Paulo.
Segundo Tasso Jereissati (CE), os senadores avaliaram durante o almoço que a expansão do partido em 15% deve-se a uma “desilusão com o discurso fácil e demagogo do PT”.
Em entrevista coletiva, Aécio destacou novamente alguns números deste primeiro turno, como os mais de 17 milhões de eleitores que votaram na sigla.
“A vitória do PSDB nas eleições em geral e nas maiores cidades do Brasil é algo extraordinário. Outro dado relevante é a derrocada do PT, que perdeu quase 60% das prefeituras, enquanto o PSDB saltou para mais de 800”, avaliou o senador.
Para ele, o resultado reflete a “coerência” que o partido teve nos últimos tempos. “Nossos posicionamentos forma compreendidos como o caminho mais correto”.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também comentou o resultado de seu partido no primeiro turno das eleições municipais. “Nesse quadro de pulverização partidária, [o PMDB] tem motivos para celebrar o crescimento”.
Questionado se o atual prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), errou ao bancar a candidatura de Pedro Paulo (PMDB), que ficou em terceiro lugar na disputa pela prefeitura carioca, Renan se esquivou e disse apenas que eleição é uma oportunidade de aprendizado.
“A disputa eleitoral é pela preferência eleitorado. Passada eleição, tem que aprender com o que aconteceu. O aprendizado que sai das urnas é que política é circunstância. O que dá certo em São Paulo, dá errado no Rio”, encerrou Renan.