
GESTÃO – O centro psiquiátrico gera um prejuízo de R$ 700 mil por mês; o convênio com o governo vence ao final do ano e a Santa Casa afirma não ter condições de manter a gestão
Cerca de 250 pessoas se reuniram nesta segunda-feira (17) na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo para protestar contra o possível fechamento do CAISM (Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental) e do centro de atendimento a pacientes com autismo -ambos na Vila Mariana (zona sul), mas geridos pela Santa Casa.
O provedor da Santa Casa, José Luiz Setúbal, nega a possibilidade de fechar ambos os centros, mas admite que pode ceder a gestão do hospital psiquiátrico por causa de dívidas. O hospital passa pela maior crise financeira de sua história e, endividado, tem passado por um gradual encolhimento de sua estrutura, com corte de pessoal, paralisações e a interrupção de parte dos serviços prestados. O CAISM, referência no atendimento psiquiátrico público na cidade, é o mais recente ameaçado pela crise.
Entre os manifestantes desta segunda estavam estudantes de Medicina da Santa Casa, mães de pacientes e funcionários do centro. Setúbal conversou com o público presente. “A situação da Santa Casa e do CAISM é lamentável”, diz.
Segundo o provedor, o centro psiquiátrico gera um prejuízo de R$ 700 mil por mês. O convênio com o governo do Estado vence ao final do ano e, sem um reajuste no repasse, a Santa Casa afirma não ter condições de manter a gestão do local – endividado, o hospital já tem que pagar R$ 10 milhões por mês apenas em juros. A instituição aguarda ainda a liberação de um empréstimo com a Caixa Econômica Federal e o BNDES para equilibrar as suas contas.
Para Setúbal, a chance de o CAISM fechar é baixa, só mudaria a entidade gestora. Mas como o centro funciona desde a sua criação, em 1998, sob a gestão da Santa Casa, pacientes temem a queda ou a interrupção dos atendimentos oferecidos.