Apesar da derrota, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), disse na noite de domingo (30) que a “vitória” da sua candidatura foi ter colocado o povo novamente nas ruas.
“É bonito demais o que aconteceu no Rio. A nossa vida não é movida pelas urnas. Devolvemos as pessoas para as praças. Isso foi o mais simbólico”, afirmou Freixo, para os seus eleitores na Cinelândia. “Mostra também uma resistência de um projeto de esquerda que renasce no Rio e pode voltar”, acrescentou.
Crivella (PRB) foi eleito com 59,4% dos votos -Freixo ficou com 40,6%.
Professor de história nascido em Niterói, Freixo disse que o sonho “ainda está começando” e não quis falar do seu futuro político.
“Não quero falar de 2018 ou 2020. Apresentamos um projeto que quero voltar a discutir com todos já no próximo mês”, afirmou o candidato, que teve apenas 11 segundos no programa de TV no primeiro turno.
Ela acusou o senador Marcelo Crivella de ter feito uma campanha “obscurantista”. “Fizemos uma campanha dentro do campo ético. Mostramos que a vitória é possível”, disse.
Antes e depois do discurso de Freixo, os eleitores gritavam “fora, Temer”.
O deputado contou com o apoio de vários artistas, entre eles o ator Wagner Moura e os cantores e compositores Caetano Veloso e Chico Buarque.
Foi a segunda tentativa de Freixo para chegar no comando. Em 2012, ele perdeu para o prefeito Eduardo Paes (PMDB) no segundo turno.
Na ocasião, o pemedebista teve 64,60% dos votos válidos (2.097.733), e Marcelo Freixo (PSOL), 28,15% (914.082).
Ameaçado de morte por milícias do Estado, Freixo teve dificuldade para fazer campanha na zona oeste da cidade, área na qual se concentram os grupos.
No filme “Tropa de Elite 2”, o personagem inspirado em Freixo é um professor de história que se torna deputado e combate milícias no Rio. Wagner Moura, hoje cabo-eleitoral do parlamentar real, interpreta o protagonista, capitão Nascimento.
SÉRGIO RANGEL
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)