Trump ultrapassou barreira dos Estados-pêndulo para vencer Hillary

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A vitória de Donald Trump atravessou a fronteira dos Estados-pêndulos e conquistou até o Wisconsin, onde a vitória de Hillary Clinton era dada como certa até pela campanha republicana. Foram golpes duros para a democrata ainda perder a quase “azul” Pensilvânia e os fundamentais Ohio, Flórida e Carolina do Norte, numa contagem que não parecia fazer muito sentido até a noite desta terça-feira (8).
Até as projeções mais conservadoras, que davam até a véspera 164 votos certos para Trump e 216 para Hillary (de 270 necessários), foram caindo por terra quando a democrata começou a patinar na apuração de Estados antes considerados seguros.
Trump freou a adversária em pelo menos sete pêndulos e no Wisconsin, onde ela tinha tanta confiança da vitória que nem visitara o Estado depois de apontada a candidata pelo partido. Resultado: foi a primeira democrata a perder ali desde 1984, quando Ronald Reagan venceu Walter Mondale.
Em Minnesota, Estado que todos os candidatos do partido à Casa Branca levaram desde 1972, o empresário era uma ameaça até o início desta quarta-feira (9), mas com 97% dos votos apurados, Hillary ainda estava um ponto percentual à frente do adversário.
ESTADOS-PÊNDULO
Entre os Estados-pêndulo, o principal revés foi a Pensilvânia, onde Hillary tinha chegado a abrir dez pontos de vantagem em setembro, considerando a média das pesquisas feita pelo site Real Clear Politics. O Estado tem 20 votos no Colégio Eleitoral.
Dos três outros grandes vencidos por Trump -Ohio, Carolina do Norte e Flórida-, só o primeiro dava sinais mais claros de que não ficaria com Hillary, em grande parte pelo desencanto da numerosa classe operária branca do Estado com os democratas.
Sua campanha ainda tentou mirar o eleitorado negro ali e na Carolina do Norte, mas sem sucesso. Afinal, o que mais se ouvia nas ruas de Cleveland é que “Hillary não é Obama” -e que a motivação para o voto, portanto, estava longe de ser a de 2008 e 2012.
Na Carolina do Norte, onde o cenário era de empate até a véspera da eleição, o esforço de Hillary e de sua imensa máquina de campanha sobre os jovens também não foi suficiente.
Na Flórida, a intensa participação dos latinos na votação antecipada não significou, como muitos esperavam, a vitória na noite de terça-feira.
Até as 7h30 desta quarta (9), Trump tinha 279 votos, contra 218 de Hillary. Ainda faltava a definição de Arizona, Michigan, New Hampshire e Minnesota, mas já era o bilionário o presidente eleito dos EUA -com maiorias no Senado e na Câmara.

ISABEL FLECK, ENVIADA ESPECIAL
RALEIGH, EUA (FOLHAPRESS)