Para Alckmin, troca de ministro é normal e Temer mantém apoio tucano

Alckmin diz que não está preocupado com a atuação da “CPI da Sabesp” | Foto: Folhapress
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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), relativizou nesta sexta-feira (25) a demissão do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, e disse que o governo Michel Temer ainda conta “integralmente” com apoio do PSDB para “medidas de interesse do povo brasileiro”.
“Substituição de cargo de confiança é normal. Este é um tema federal”, disse Alckmin antes de participar de um evento do partido na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Questionado se o governo Temer contava ainda com o mesmo apoio do PSDB, Alckmin respondeu que sim.
“Conta integralmente nas medidas todas de interesse do povo brasileiro”, afirmou. “Ministro é cargo de confiança do presidente. Agora, é avançar nas reformas. A agenda brasileira está repleta de urgências. As reformas são fundamentais para nós sairmos desta espiral recessiva e retomarmos o crescimento com emprego e renda”, disse Alckmin.
Para o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP), a crise política envolvendo denúncias contra Geddel e contra o próprio presidente da República não prejudicarão a pauta econômica do Planalto no Congresso.
“As votações não serão prejudicadas, uma vez que aquilo que o governo propôs e está tramitando é aquilo que corresponde à necessidade do país e que tem apoio da população”, disse Nunes.
Ao contrário de outros tucanos, o líder do governo admitiu que a saída de Geddel é negativa para a imagem do governo.
“Evidentemente não é uma coisa boa, mas a saída do ministro vai permitir que nós foquemos no que é essencial, que continuemos nosso programa de reformas. Eu duvido que tenha havido gravação”, afirmou em referência às informações de que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero teria gravado conversas inclusive com Temer.
“Ele fez o que tinha que fazer, evitar que essa questão se transformasse numa questão prioritária para o país quando há tanta coisa mais importante para nós resolvermos. Geddel, enquanto ministro, colaborou muito com a tramitação dos projetos do governo aqui no Senado”, disse Nunes.
SEM CRISE
O prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), diz entender que a crise política não se agrava com o pedido de demissão de Geddel Vieira Lima.
“Não vejo agravamento (de crise política). A situação sem a presença do ministro Geddel pode dar tranquilidade que o Planalto precisa para seguir avançando nas reformas”, afirmou no mesmo evento do qual participam os demais tucanos.
Para Doria, continuar na base do governo não prejudica os planos do PSDB para 2018, quando pretende disputar a Presidência da República novamente.
“Não vejo nenhum prejuízo nesse sentido. Evidentemente, essa é uma decisão do presidente nacional do partido, Aécio Neves. Mas, a meu ver, não há nenhum prejuízo. Nós precisamos ter uma ponte tranquila nesse processo que levará a 2018. Neste momento, continuo entendendo que o presidente Temer pode conduzir isso com equilíbrio”, disse o prefeito eleito.

DANIEL CARVALHO, RANIER BRAGON, DÉBORA ÁLVARES E LAÍS ALEGRETTI
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)