Centenas de torcedores cercam estádio da Chapecoense e rezam pai-nosso

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A Arena Condá, casa da Chapecoense, começou a receber torcedores logo no início da manhã desta terça-feira (29) depois da notícia do acidente com o avião que caiu na Colômbia na madrugada. Entre as vítimas, estão os jogadores, dirigentes e jornalistas.
Por volta das 9h, mais de 500 pessoas, incluindo familiares das vítimas, acompanham angustiadas a movimentação no local. Quando um torcedor começa a rezar, ele é seguido por todos, em um pai-nosso, enquanto acompanham as notícias pelas internet.
Vestidos com a camisa do time, torcedores carregam bandeiras e deixam flores na porta do estádio.
Em meio a esta multidão, está o sócio do time, Acedir Ebling. Ele estava trabalhando como vigilante quando recebeu a notícia. Avisou a esposa e os dois começaram a rezar e avisar os amigos. “A Chapecoense é uma grande família, hoje nossa segunda família morreu”, afirma Cenira Ebling.
O padre de Chapecó, Igor Damo, já ficou conhecido como torcedor da Chapecoense. Hoje, ele entrou no vestiário do time para tentar confortar as dezenas de familiares que se concentram no espaço.
“Nesse momento não tem muito o que dizer. Nós oramos muito lá dentro e abraçamos. É um momento para abraçar”, disse, ao sair do estádio.
De baixo orçamento (quase dez vezes menor que o do Flamengo) e vindo de uma cidade de menor porte, a Chapecoense vivia uma fase de sucesso. Ganhou o campeonato catarinense, está em novo lugar no Brasileiro e chegou à final de um torneio continental.
Desde 2008, quando executivos locais (da indústria da carne) passaram a investir no time, a Chapecoense teve uma rápida ascensão. Pulou da Série D para a A em cinco anos.

RAFAELA MENIN
CHAPECÓ, SC (FOLHAPRESS)