Metrôs e trens urbanos ganham 38% mais passageiros; malha avança só 7%

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A rede de metrôs, trens urbanos e VLTs no Brasil cresceu apenas 7% entre 2012 e 2015, mesmo com planos e anúncios bilionários dos governos federal e dos Estados para aumento da malha metroferroviária.

O resultado faz com que o país hoje tenha uma malha metroferroviária de 1.062 quilômetros. Todos os metrôs do país, que somam 309 km, têm extensão menor que os metrôs das cidades de Xangai (China), Londres (Inglaterra), Nova Iorque (EUA) e Tóquio (Japão).

Os resultados fazem parte da primeira pesquisa Transporte Metroferroviário de Passageiros, divulgada nesta segunda-feira (12) pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes) e pela ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos) que apontou para o risco de supersaturação do sistema em breve, já que o número de passageiros cresceu no mesmo período 38%, ou 170 milhões de novos usuários.

Quase 71% dos passageiros que usam trilhos no Brasil estão em São Paulo, segundo os dados da pesquisa, mas o Estado tem resultado ainda pior que a média do país. Na rede metropolitana, a redução do intervalo entre os trens e o aumento do número de estações ajudou a abrigar o aumento do número de passageiros maior que o do tamanho do sistema que ganhou apenas seis quilômetros, passando de 251 quilômetros para 257 quilômetros (2,5% de aumento).

O número de passageiros transportados cresceu de 764,2 milhões para 831,5 milhões, 9% de aumento. Joubert Flores, presidente da ANPTrilhos, diz que as expansões são necessárias para manter a qualidade do sistema. Segundo ele, sem isso, os sistemas começam a ficar saturados e a viagem passa a ser desconfortável.

De acordo com o levantamento, seriam necessários para o Brasil atender o crescimento da demanda aumentar a sua rede em 850 quilômetros, o que demandaria investimentos de R$ 167 bilhões. O problema é que os recursos anunciados não chegam.