Depois de décadas de esquecimento e abandono, a fachada do Castelinho da rua Apa – como se popularizou -, no centro de São Paulo, foi restaurada e o prédio deve ser reaberto até meados de fevereiro de 2017 – inicialmente, seria em outubro passado.
A restauração do castelinho já chama a atenção de quem passa pela região. Localizado na esquina da avenida São João com a rua Apa, o prédio passou para as mãos do governo federal, foi disputado por herdeiros, abandonado, invadido, virou ferro-velho e acumulou uma série de histórias sobrenaturais ligadas ao crime da tradicional família Guimarães Reis.
Ali, na noite de 12 de maio de 1937, após uma discussão por causa dos negócios da família, o empresário Álvaro César dos Reis, então com 45 anos, foi encontrado morto ao lado do irmão Armando, 42, e da mãe, Maria Cândida, 73. À época considerado um playboy, Álvaro foi apontado como o autor dos crimes que logo depois se suicidou.
Em março de 1997, o espaço foi cedido ao Clube de Mães do Brasil, organização não governamental dirigida por Maria Eulina Reis Silva Hilsenbeck, ex-moradora de rua. Após ser reaberto, o castelinho terá oficinas para crianças. “A ideia é promover no castelinho oficinas de confecção com material reciclável e aulas de culinária para crianças de escolas públicas”, conta
Construído entre 1912 e 1917, o castelinho faz parte da primeira ocupação urbana do bairro de Santa Cecília, sendo um dos poucos remanescentes do início do século 20 na cidade -que reflete a realidade da belle époque paulistana. O prédio é tombado pelo Conpresp (órgãos de preservação municipal).