Odebrecht assina acordo preliminar no Peru e pagará R$ 28 mi como garantia

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A filial da Odebtrecht no Peru emitiu uma nota nesta quita-feira (5) confirmando a assinatura de um termo de cooperação com o Ministério Público do país.
“A Odebrecht Peru confirma a assinatura de um termo de cooperação com o Ministério Público desse país e reafirma seu compromisso de apoiar as investigações em curso”, diz o comunicado da empresa.
Segundo o Ministério Público peruano, a empresa se compromete a entregar, como garantia, o valor de 30 milhões de soles peruanos, o equivalente a R$ 28 milhões. O montante não está vinculado à multa negociada no país, mas à restituição de parte dos lucros ilícitos obtidos pela empreiteira em negócios no Peru.
O indenização a ser paga no Peru será determinada na assinatura do acordo final, segundo as autoridades daquele país.
Em nota, o Ministério Público do Peru afirma que a entrega antecipada de valores ao país no contexto de devolução de bens ilícitos é um fato inédito. A instituição cita que as negociações do acordo de leniência da Odebrecht assinado entre Brasil, Estados Unidos e Suíça não teve a exigência desse fator. Tal demanda foi uma condição inicial imposta pelos procuradores peruanos para iniciar as conversas.
Com a entrega, o Peru já recupera parte dos bens ilícitos que a empresa confessa ter obtido no país sem que a multa final seja afetada.
Tal acordo se refere exclusivamente à pessoa jurídica e não inclui os executivos do grupo que trabalham ou trabalharam no país.
“Com o acordo preliminar, a empresa se compromete a entregar ao Ministério Público informação e/ou documentação relevante que seja requisitada, mesmo que se encontre em outro país que não seja o Peru”, diz em nota o Ministério Público do Peru. “Isso permitirá, por um lado, incorporar informação útil à investigação e, por outro, reduzir os prazos para reunir provas fora do país”, diz a nota.
As negociações com o Peru ganham celeridade após a assinatura do acordo de leniência em que a Odebrecht se comprometeu a pagar R$ 6,9 bilhões, que serão divididos entre Brasil, Estados Unidos e Suíça e pagos ao longo de 23 anos.

Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress