Um abaixo-assinado reuniu 8 mil assinaturas de moradores do Alto de Pinheiro, na zona oeste da capital paulista, contra uma praga de pernilongos que vem tirando o sono principalmente de quem vive no entorno do rio Pinheiros. Em números: o cientista político Bolívar Lamounier, 73, morador do Alto de Pinheiros, diz que um dos aparelhos que comprou para combater os bichos pega uns 50 por noite; a analista de sistemas Rosemeire Ponzeto, 41, que vive no 15º andar de um prédio na Vila Leopoldina, afirma aniquilar 20 em meia hora.
Os moradores de Pinheiros cansaram de se coçar e cobraram a prefeitura, pedindo uma solução por meio do abaixo-assinado. Nesta quinta (12), a partir das 7h, a prefeitura fará “uma ação emergencial” no rio Pinheiros. Vinte agentes aplicarão larvicida para acabar com criadouros e inseticida na vegetação das margens para controlar os insetos adultos. A prefeitura diz ter identificado no rio “uma quantidade de larvas acima do normal”.
A ação é necessária e dará resultado em aproximadamente 15 dias, avalia o parasitologista Paulo Ribolla, professor da Unesp. É o período desde que as fêmeas colocam ovos até adultos emergirem procurando sangue. O larvicida, diz, deve ser aplicado todos os meses no verão.
Prefeito regional afirma que há anos não era feita pulverização
O prefeito regional de Pinheiros da gestão João Doria (PSDB), Paulo Mathias, 26, diz que “há muitos anos” não era feita a pulverização do rio Pinheiros. “Estava realmente abandonado, por isso o crescimento de mosquitos”, diz.
Já a assessoria da gestão anterior, de Fernando Haddad (PT), diz que a pulverização foi feita todos os anos, “mesmo quando não tinha poda”. A poda a que se referem é a das margens dos rios Pinheiros e Tietê que, segundo a gestão municipal passada, não era feita pelo governo do Estado, impedindo que o produto, retido nas plantas, chegasse ao criadouro do mosquito.
A Empresa Metropolitana de Águas e Energia, vinculada ao governo do Estado, diz que a margem do Pinheiros é limpa de três em três meses – no verão, de dois em dois.
Enquanto isso, no comércio popular, principalmente na rua 25 de Março, cresce a venda de raquete para matar insetos.