Aumentou a quantidade de acidentes envolvendo passageiros na linha 4-amarela do metrô paulistano. O ramal, inaugurado em 2010, é o único do sistema concedido à iniciativa privada. Dados da Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos, obtidos pelo UOL via Lei de Acesso à Informação, mostram que, entre janeiro e outubro de 2016, houve 195 ocorrências na linha, ante 147 no mesmo período de 2015, ou seja, uma variação de 33%. Nas demais cinco linhas da rede, a tendência foi de redução do número de acidentes.
Por “acidente”, o Metrô e a secretaria consideram “as ocorrências que demandam encaminhamento para atendimento médico”. Com 40 ocorrências nos dez primeiros meses de 2016, a estação Paulista, que se conecta por meio de um túnel à estação Consolação, na linha 2-verde, é a primeira colocada da lista. No mesmo período do ano retrasado, os acidentes no local chegaram a 26.
Em segundo lugar, aparece a estação Butantã, que somou 38 casos no ano passado –17 a mais do que no período de janeiro a outubro de 2015. Essa parada é a última da linha 4 na zona oeste. Nela, há um terminal de ônibus com partidas para outras cidades da região metropolitana.
A estação Pinheiros, que se integra à linha 9-esmeralda da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), vem em seguida: ali, 34 pessoas se machucaram até outubro de 2016, oito a mais do que no mesmo período do ano anterior.
Quem usa a linha 4-amarela de modo rotineiro reclama que as estações são mais apertadas do que as de outras linhas, como a 1-azul e a 3-vermelha (as primeiras da rede, abertas nos anos 1970 e 1980). Os passageiros ouvidos pela reportagem contam que tais características, em sua opinião, tornam as paradas mais propícias para tumultos e acidentes, em especial nos horários de pico. Outro fator que motivou críticas é a ausência de plataformas centrais, usadas para o desembarque, como existem em outras estações.
ViaQuatro diz que atendimentos ‘são de pequenos acidentes’
Por meio de nota, a ViaQuatro informou que “transportou com conforto e segurança 167,7 milhões de passageiros de janeiro a outubro de 2016, uma média de 700 mil pessoas em dias úteis”, e que os acidentes registrados “correspondem a 0,0001% desse universo”.
Além disso, o texto diz que os “atendimentos realizados pela concessionária nesse mesmo período são de pequenos acidentes que ocorrem nas escadas rolantes, como quedas, torções e desequilíbrios no interior do trem”.
A concessionária afirmou ainda que “oferece ampla infraestrutura aos passageiros que necessitem de atendimento” e que “possui salas de atendimento de primeiros socorros nas sete estações, equipadas com aparelhos básicos de pronto atendimento e desfibriladores”, além de ambulâncias.
Os agentes de segurança da linha, conforme a empresa, “são treinados em atendimento de primeiros socorros e combate a incêndio”. Já em “caso de necessidade, o passageiro é encaminhado ao hospital público mais próximo”. A ViaQuatro também revelou fazer “campanhas educativas permanentes que incentivam atitudes cidadãs”.
Já o Metrô e a Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos informaram, também em nota, que o índice de acidentes “é extremamente baixo, de 0,64 ocorrências por milhão de passageiros transportados” e que, nos últimos anos, “apesar de constante aumento no fluxo de usuários, esse índice vem caindo”.