Explosão fere ao menos cinco em hotel do grupo Silvio Santos em Guarujá

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Uma explosão provocada por vazamento de gás acabou ferindo ao menos cinco pessoas no hotel Sofitel Jequitimar, em Guarujá, litoral sul de São Paulo, nesta segunda-feira (23). O empreendimento pertence ao grupo do apresentador Silvio Santos. Os hóspedes foram encaminhados a hotéis da região e os funcionários foram dispensados.
A Prefeitura de Guarujá informou que nenhum dos feridos ficou em estado grave. Três deles foram encaminhados à Unidade de Pronto Atendimento Enseada: um homem de 20 anos e uma mulher de 36, ambos com trauma cervical; além de outro homem, de 33 anos, com um corte no braço.
Outro ferido foi levado por uma ambulância a um condomínio vizinho, onde há um médico, com ferimento no couro cabeludo, já contido. Uma gestante, de 33 anos, com oito semanas de gravidez, foi levada com crise de ansiedade ao Hospital Santo Amaro. Ela é funcionária do hotel, mas não estava na área da explosão. A prefeitura aguarda parecer de técnicos para saber se a estrutura do hotel foi abalada.
De acordo com o Corpo de Bombeiros do Guarujá, o acidente aconteceu por volta das 14h e já foi controlado. Ainda não há uma avaliação geral dos danos causados nem as condições das vítimas, que foram socorridas pelo Samu.
Os bombeiros estão no hotel para analisar se ainda há perigo de fogo e se há risco estrutural. O acesso ao hotel foi isolado. A energia elétrica do hotel foi desligada para evitar riscos e os hóspedes foram transferidos para outros hotéis da cidade. Muitos deles tiveram que sair sem levar os veículos ou bagagens.
A esteticista Valéria Ribeiro, 42, estava nos corredores do hotel com o seu marido quando percebeu uma grande movimentação. “Ficamos apavorados. Soubemos que hóspedes foram atingidos e tivemos medo de saber de mortos, gente mutilada”, diz. “Foi tudo muito rápido. Em menos de dez minutos o hotel estava isolado. Foi um grande susto. Com esse clima chuvoso só queremos pegar nossas coisas e ir embora”, afirma.
O ginecologista Gustavo Maximiliano da Silva, 36, que está a passeio na cidade com a esposa e um filho, também teve que deixar carro e bagagem para trás. Morador de São Paulo, ele conta que não ouviu a explosão e só soube do que aconteceu ao ouvir funcionários do hotel gritando emergência e batendo na porta do seu quarto.
“Deu tempo somente de pegar alguns pertences. Corremos para a praia, pois ainda não estava chovendo e depois ficamos em uma padaria aguardando informações”, diz ele. “Fomos uns dos primeiros hóspedes a saber que seríamos transferidos e estamos bem abrigados. Me planejei para ir embora amanhã ao meio dia, mas não sei se vou conseguir pegar o meu carro. Apesar de tudo, o mais importante é que não houve grande quantidade de feridos”, continua.
BARULHO
Um shopping e um supermercado nas imediações do hotel também foram fechados após a explosão. Morador da Vila Pernambuco, a três quadras do local, Ernesto Covelli, 42, diz que estava sacando dinheiro em um caixa eletrônico dentro do complexo hoteleiro quando ouviu um grande barulho.
“Minha mulher estava me esperando em nosso carro quando aconteceu a explosão. Muito barulho, tanto que achei que tivessem explodido um dos caixas eletrônicos. A reação foi de correr e ver muita gente correndo da recepção para fora. Fiquei com medo de ver gente muito ferida, mas apenas encontrei uma mulher com sangue e escoriações em uma perna”, disse.
No fim do dia, o hotel permitiu que os hóspedes e funcionários retirassem seus veículos da garagem. Não foi permitido, no entanto, que eles entrassem nos quartos para pegar a bagagem.
Outros hóspedes, no entanto, resolveram ir embora da cidade após a explosão. O taxista Balbino Oliveira conta que a companhia de táxi para a qual trabalha foi chamada por hóspedes do hotel para fazer duas viagens: uma para o aeroporto de Guarulhos e outra para o bairro de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista.
Os funcionários do hotel foram dispensados e não sabem quando voltam a trabalhar. Funcionários da cozinha que não quiseram se identificar contaram que viram pedaços da estrutura do hotel voando após a explosão e logo foram orientadas a sair do local.
“O barulho foi grande, mas não vi muita coisa. Ficamos assustados. Quem trabalhava lá não foi atingido, apenas hóspedes se feriram. Isolaram o local e não pudemos mais entrar. Aguardamos ordem dos superiores para saber se vamos trabalhar amanhã”, disse um funcionário.
O hotel de luxo, com diárias, em média, de R$ 1.000, foi inaugurado em 2006 e fica na praia de Pernambuco, uma das mais badaladas do balneário.
A administração do hotel disse, em nota, que auxilia o trabalho dos bombeiros e dá suporte aos hóspedes, que foram realocados em outros estabelecimentos da cidade. O local permanecerá interditado até a perícia, que deve ocorrer na manhã desta terça (24), segundo a administradora.

BRUNO MERLIN
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)