SP substitui jurados do Carnaval e irá punir quem não der notas às escolas

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A Liga das Escolas de Samba de São Paulo substituiu todos os julgadores para o Carnaval de 2017. As escolas dos grupos Especial e de Acesso serão avaliadas por 36 novos jurados, entre eles professores universitários, doutores e PHDs, especializados em cultura popular. E caso alguém deixe de atribuir uma nota, será punido com perda de cachê, podendo inclusive ter de ressarcir a entidade pelos gastos como passagens aéreas e hospedagem, entre outros.

A punição foi incluída no contrato dos julgadores depois que, no ano passado, Dragões da Real e Império de Casa Verde deixaram de receber notas nos quesitos harmonia e evolução, respectivamente. A cédula de votação também ganhou novo layout para dar mais destaque ao campo onde as notas devem ser colocadas.

“Há anos não tínhamos uma falta de notas. Isso é ruim para a imagem da Liga e para as escolas. Esse modelo atual [de julgamento] nos deixa confortável pela qualidade dos julgadores e pela facilidade de eles assimilarem os treinamentos”, disse o presidente da Liga, Paulo Sérgio Ferreira, o Serginho, em entrevista nesta quinta-feira (15).

Ainda assim, caso algum avaliador deixe de dar a nota a um quesito, será atribuída à agremiação a média aritmética das notas dadas pelos demais jurados. No caso de frações de até 0,05, as notas serão arredondas para baixo. E a partir de 0,06 para cima. Até o ano passado, a maior nota era repetida para compensar a falta.

 

 

60% dos escolhidos pela Liga são de fora do estado

 

A Liga investiu R$ 1, 3 milhão para recrutar e treinar seus novos jurados, dos quais 60% são de fora do estado de São Paulo. Nenhum deles nunca avaliou o Carnaval. “Ninguém sabe os nomes para que não sejam encontrados na internet. Eles serão conhecidos pelos presidentes no dia da apuração”, acrescentou Serginho.

A partir deste domingo (19), todos os 54 ficarão confinados em um hotel, onde receberão acompanhamento de um coach comportamental e farão treinamento de madrugada para se prepararem para as três madrugadas de trabalho no sambódromo. Por cada noite, cada jurado recebe um cachê de R$ 1.200. “Não medimos esforços para remodelar esse departamento, que é o mais importante da Liga. Tenho certeza que dará resultado”, disse o presidente.