Cerca de 350 militantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) acampam em frente ao gabinete regional da Presidência da República em São Paulo, na avenida Paulista, para reivindicar contratações de moradias para famílias pobres pelo Minha Casa, Minha Vida. O cálculo de presentes é do próprio movimento. A tomada da área completou seu sexto dia nesta segunda-feira (20).
O acampamento tem atraído outros grupos, como estudantes secundaristas e coletivos de cultura, e levantado bandeiras mais amplas como “Fora, Temer”, “Não à Reforma da Previdência” e “Fora, Alexandre de Moraes” – ex-secretário de Segurança de São Paulo, ministro da Justiça licenciado e indicado por Michel Temer ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Foi feita uma programação de atividades, como shows e aulas públicas. No fim de semana, uma assembleia de sem-teto lotou o cruzamento da Paulista com a rua Augusta. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) participou de uma atividade e o músico Criolo visitou o acampamento.
Nesta semana também está prevista uma aula pública com Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da Educação do governo Dilma Rousseff.
Segundo Guilherme Boulos, coordenador do MTST, o movimento é “por tempo indeterminado”, até que o governo federal libere contratações para a faixa 1 do Minha Casa, que abrange famílias com renda mensal de até R$ 1.800. O MTST afirma que o governo Temer ainda não fez nenhuma nova contratação nessa faixa de renda, enquanto anunciou, neste mês, mudanças para beneficiar a classe média.
O teto de renda familiar para obter financiamentos na faixa 3 do programa subiu de R$ 6.500 para R$ 9.000. “De programa social, o Minha Casa, Minha Vida está virando um programa de crédito imobiliário. O sujeito da faixa 1 não consegue pegar crédito no banco, os das outras faixas conseguem”, diz Boulos.