Logan

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Artigo: Carol Campos

O primeiro filme dos X-Men chegou aos cinemas em 2000, e foi o percussor de um gênero que hoje é um dos que mais fatura em Hollywood: os super-heróis. Logo após, foram lançadas diversas sequências, ou prequels, na bagunçada linha do tempo dos mutantes, inclusive três filmes dedicados apenas ao Wolverine, sendo Logan o terceiro, que estreou nos cinemas brasileiros na quinta-feira, 2 de março.

O longa se passa em 2029, um mundo onde nenhum novo mutante nasce há 25 anos, e nos apresenta um Logan (Hugh Jackman) completamente diferente do que fomos habituados a ver durante 17 anos de filmes. Cuidando do velho amigo Charles Xavier (Patrick Stewart) e com a ajuda de Caliban (Stephen Merchant), Wolverine se vê envolvido novamente com experimentos quando a jovem Laura (Dafne Keen) aparece em sua vida, e, junto com ela, um grupo de mercenários contratados para capturá-la. Mesmo resistindo no início, Logan acaba cedendo quando a garotinha se mostra com a mesma mutação que a dele, as famosas garras de Adamantium e o fator de cura.

A violência extrema, consolidada na franquia por Deadpool em 2016, é um excelente fator, principalmente para os fãs dos quadrinhos, onde o personagem-título sempre foi extremamente violento. Ela combina com o tom fúnebre que cerca o protagonista e arranca arquejos dos espectadores durante as movimentadas cenas de ação. O clima é nostálgico, beirando o melancólico, e nos mostra um Logan quebrado por dentro, envelhecido, com problemas com as garras durante até mesmo lutas em que o antigo Wolverine não gastaria nem um suspiro. No entanto, o ponto mais alto do filme está em Laura, que nos pega completamente de surpresa com sua ferocidade, lembrando a selvageria inical do nosso Carcaju.

Sua inocência infantil, entretanto, também se faz presente em algumas cenas para nos lembrar que, apesar de tudo, ela é ainda uma criança. Os outros jovens do filme também impressionam, e a curiosidade que ficamos para descobrirmos seus poderes é a mesma curiosidade de quando se assiste ao primeiro X-Men e, afinal, quem nunca se imaginou com seu superpoder favorito?

Ao final, em que Laura cita um trecho de “Os Brutos Também Amam”, longa de 1953 recém-visto por ela, o filme se fecha de forma grandiosa, junto com o último ato da garota que homenageia nossos queridos heróis. Todos lamentamos a despedida que somos forçados a fazer por um personagem que vimos evoluir e se tornar o que presenciamos na tela, um Wolverine devastado por uma vida de violência, e com inúmeras cicatrizes em seu interior. Hugh Jackman, como anunciou, encerra esse ciclo em sua carreira, agora esperamos que um novo se inicie com a promissora Dafne Keen, e que ela assuma com grandeza o posto do nosso (anti) herói.

 

Logan

Em cartaz em cinemas de todo o Brasil

Ano: 2017

Direção: James Mangold

Gêneros: Ação, Drama

Duração: 137 minutos