Violência no trabalho atinge quase 60% dos médicos no estado de São Paulo

São Paulo - Manifestação de profissionais de saúde em defesa da paz, após divulgação de pesquisa realizada pelo Coren-SP e Cremesp, que indicam altos índices de casos de violência no trabalho (Rovena Rosa/Agência Brasil)
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Pesquisa com trabalhadores da saúde no estado de São Paulo indica que 59,7% dos médicos e 54,7% dos profissionais de enfermagem sofreram, mais de uma vez, situações de violência no trabalho. Foram entrevistadas 5.658 pessoas nos meses de janeiro e fevereiro deste ano. O levantamento foi divulgado nesta quarta-feira (15) pelos conselhos regionais de Enfermagem (Coren) e de Medicina de São Paulo (Cremesp).

A maioria das pessoas agredidas (74,2%, dos médicos; e 64,9% dos profissionais de enfermagem) não apresentou denúncia. Entre os profissionais de enfermagem que registraram queixa, no entanto, 82,6% dos casos ficaram sem solução. Apenas 17,4% das ocorrências foram resolvidas. A pesquisa revela que 87,8% dos médicos não recebem orientações no local de trabalho sobre violências sofridas no exercício da profissão.

Para os médicos, o descrédito quanto à apuração do caso pelas autoridades foi o principal motivo (37,8%) para não levar adiante a denúncia. Entre os trabalhadores ligados ao Coren, 30,5% responderam que o fato de não existirem políticas de proteção às vítimas desencoraja o registro da denúncia. Dos que denunciaram, 83,1% o fizeram para a chefia imediata e 16,9% por meio de boletins de ocorrência. A maior parte das ocorrências foi registrada no Sistema Único de Saúde (SUS).