Duas chacinas deixam dez mortos no intervalo de um hora na capital

SÃO PAULO,SP,05.04.2017:CHACINA-JAÇANÃ - Seis pessoas morrem e outras três ficam feridas em chacina na Zona Norte de São Paulo (SP), na noite desta terça-feira (4). Homens ainda não identificados chegaram em um carro e uma moto e abriram fogo contra as pessoas que estavam em um bar na rua Antônio Sérgio de Matos, no Conjunto Habitacional Nova Rural, no Jaçanã. O caso foi registrado no 73º Distrito Policial. (Foto: Nivaldo Lima/Futura Press/Folhapress)
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Ao menos dez pessoas morreram em duas chacinas nas zonas norte e sul de São Paulo em um intervalo de uma hora entre o final da noite de terça (4) e a madrugada desta quarta-feira (5). Não há informações sobre possível ligação entre os crimes. O primeiro ataque aconteceu por volta das 23h30, em um bar na rua João Lucas Alves, região do Jaçanã (zona norte). Ao todo, nove pessoas foram baleadas na frente e dentro do estabelecimento, sendo que seis morreram.

Segundo o boletim de ocorrência, dois homens passavam em uma moto Honda Twister de cor prata pela rua Antônio Sérgio de Matos, quando um deles atirou diversas vezes em direção ao bar. Sidnei Rodrigues Cordeiro, 38, que estava na frente do estabelecimento, foi atingido.

Um dos suspeitos então desceu da moto e entrou no imóvel, seguindo para o banheiro, onde cinco homens se escondiam dos tiros. Todos foram baleados. Outras três pessoas foram feridas e encaminhadas a hospitais da região.

Além de Cordeiro, morreram também no ataque Valdir Ferreira de Souza, 46, Adriano dos Anjos Silva, 39, Wellington Claudino de Souza, 35, Gilmar Vieira da Silva, 39, e Luiz Fernando Ramos, 39. Ninguém foi preso pelo crime.

 

 

Na ZS, criminosos também usavam moto na hora do ataque às vítimas

 

Na região do Campo Limpo (zona sul), dois homens em uma moto Honda XRE também dispararam vários tiros contra quatro pessoas, por volta da 0h. Após o crime, os criminosos fugiram.

Uma das vítimas, identificada como Wizmael Dias Correia, 19, estava em uma moto com um amigo, quando percebeu que estava sendo seguidos por outra motocicleta. Assustado, Correia desceu do veículo na rua Carualina, onde foi atingido por dois tiros no rosto disparados por um dos ocupantes da outra moto.

Outras três pessoas foram baleadas na rua Professora Nina Stocco, a cerca de 500 metros do outro ataque. Uma das vítimas levou um tiro na mão, e contou aos policiais que tinha parado para pedir informações durante uma entrega de pizza, quando duas pessoas passaram em uma moto atirando.

Kayke Santos Moreira, 20, estava no local no momento dos disparos e também foi atingido, morrendo antes da chegada do socorro. Vinícius Aparecido Paula Guedes, 19, também ficou ferido e morreu no hospital.

De acordo com nota oficial do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), as chacinas estão sendo investigadas.

“O DHPP investiga as duas ocorrências de homicídios múltiplos, que aconteceram na noite de terça-feira (4), no Jaçanã e no Campo Limpo. Na primeira, seis pessoas morreram e outras três foram socorridas à hospitais da região. Já na ocorrência da zona sul, três pessoas morreram, uma ficou ferida e outra saiu ilesa. Policiais estão nas ruas a fim de coletar provas que ajudem na identificação dos criminosos.”

 

 

Balas de armas usadas pelos matadores eram diferentes, diz secretário da SSP

 

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves, afirmou que as balas usadas nas chacinas que mataram dez pessoas na capital paulista eram de armas diferentes. De acordo com Alves, “com certeza” os autores dos crimes que ocorreram nas zonas norte e sul da cidade não são os mesmos, mas é preciso apurar se pertencem ao mesmo grupo criminoso.

“No Jaçanã, foram recolhidas cápsulas de calibre 45, exclusivamente. No Campo Limpo, foram recolhidas cápsulas de 9 milímetros e calibre 380. São dados importantes que demonstram que talvez não haja uma ligação nas duas ações, pode ser só uma coincidência a concomitância das duas ocorrências”, afirmou o secretário.

“Com certeza, [foram usadas] armas diferentes. Com certeza não são os mesmos autores, porque aconteceram num momento muito próximo entre um caso e outro. Mas o envolvimento de um mesmo grupo criminoso tem que ser investigado”, completou.