Após mais de nove horas de protesto contra novas regras da Prefeitura de São Paulo para descarte de entulho, caçambeiros conseguiram adiar por 30 dias a implantação do Controle de Transporte de Resíduos (CTR) Eletrônico, que tinha entrado em vigor neste sábado (15).
A manifestação dos caçambeiros começou nesta segunda (17), às 2h45, e se estendeu até pouco depois das 12h. Centenas de caminhões-caçamba que foram estacionados no Viaduto do Chá, em frente ao prédio da prefeitura e espalhados também em vias próximas, como a rua Libero Badaró, ocupavam filas duplas.
Por causa da manifestação, o trânsito ficou congestionado na região central da cidade ao longo de toda a manhã e pelo menos 13 linhas de ônibus tiveram o itinerário alterado.
Pelo decreto municipal, as caçambas de resíduos têm de ser retiradas das vias públicas em três dias, e o despejo do entulho nos locais autorizados deve ser feito até quatro dias depois. A fiscalização será eletrônica.
“Somos a favor do CTR, mas queremos melhores condições de trabalho, como mais aterros”, disse o prestador de serviços Bruno Rafael Oliveira de Almeida. Segundo Almeida, atualmente, existem apenas três aterros públicos e um deles fica a cerca de 60 quilômetros da capital paulista, tornando mais caro o transporte.
Em nota, a Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), órgão da prefeitura, reitera que o novo sistema visa a evitar o despejo de entulho em locais inadequados. “Com essa ferramenta, a prefeitura pretende reforçar a fiscalização e, consequentemente, reduzir a quantidade de pontos de descarte irregular na cidade.”
Segundo a Amlurb, a cidade tem capacidade instalada para receber até 2,05 milhões de toneladas de resíduos da construção civil por mês, por meio de 11 aterros cadastrados, três deles contratados pela prefeitura, e 22 áreas de transbordo e triagem cadastradas e em operação. No entanto, mensalmente, menos de 32 mil toneladas de resídios da construção civil chegam a esses locais, diz a prefeitura.