A menos de uma semana da retomada do julgamento sobre a cassação de seu mandato, o presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (31) que “ninguém vai impedir” a continuidade das políticas públicas do governo peemedebista.
Em discurso durante o anúncio do novo Plano Safra da Agricultura Familiar, ele ressaltou que continuará a implementar medidas tanto para o equilíbrio das contas públicas como para a diminuição da desigualdade social.
“Nós vamos continuar nessa trilha. Ninguém vai impedir que tenhamos o impedimento dessas políticas públicas que estamos levando à frente. Para frente, portanto”, disse.
Na próxima quarta-feira (6), o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) irá voltar a julgar processo de cassação da chapa presidencial de 2014. Com o agravamento da crise política, o Palácio do Planalto avalia que o placar, que antes era favorável, tornou-se apertado, ameaçando a continuidade do presidente no cargo.
A aposta de assessores e auxiliares presidenciais é de que um dos ministros mais próximos do presidente façam pedido de vista, o que poderá atrasar a conclusão do julgamento para o final de junho.
Até lá, o presidente pretende aprovar as reformas trabalhista e previdenciária para dar uma mensagem pública de que ainda tem condições de continuar à frente do cargo.
A estratégia de defender que as políticas da gestão federal terão continuidade mesmo se Temer for cassado também tem sido adotada por auxiliares do presidente.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já disse que a agenda de reformas é do país e, portanto, não corre risco de ser paralisada.
A iniciativa lançada pelo presidente para o período de 2017 a 2020 disponibiliza R$ 30 bilhões por ano para o crédito rural destinado a agricultura familiar, com juros que variam de 2,5% a 5,5%. A menor taxa continuará a ser válida para produtos como arroz, feijão, leite, batata, banana, entre outros.
A medida também mantém o seguro para a agricultura familiar cobrindo até 80% da receita bruta da lavoura e disponibiliza 1,3 milhão de cotas para a safra 2017/2018.
Em discurso, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que, nos cinco primeiros meses deste ano, foi regularizada a situação de 230 mil assentados e disse que a meta é chegar a 460 mil até o final de 2018.
O presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira (PMDB-CE), também presente na solenidade, afirmou que colocará em votação nesta quinta-feira (1º) medida provisória que agiliza a entrega de títulos de propriedade a assentados rurais.
(FOLHAPRESS)