Prefeito muda própria a regra e proíbe retirada de itens de moradores de rua

SÃO PAULO, SP, 25.05.2017: CRACOLÂNDIA-SP - Usuários de drogas e moradores de rua dormem embaixo do Minhocão, próximos à estação Marechal Deodoro, no centro de São Paulo, após operação da prefeitura e do Estado na região da cracolândia. (Foto: Giovanni Bello/Folhapress)
Único jornal diário gratuito no metrô

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a proibir que pertences de moradores de rua sejam recolhidos por servidores municipais. A decisão foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (31).

Em 20 de janeiro, o tucano havia publicado um decreto na direção contrária: ele autorizava o recolhimento de objetos como papelões, colchões, colchonetes, cobertores, mantas, travesseiros, lençóis e barracas desmontáveis. Com a portaria publicada na quarta, funcionários da prefeitura voltam a ser proibidos de recolher esses pertences.

Segundo a nova decisão, “durante as operações de zeladoria urbana, a mera declaração de posse ou detença é suficiente para a prova da propriedade e da aplicabilidade do procedimento de apreensão administrativa”.

Em maio, o morador de rua Samir Aliahmadsati, 40, foi agredido por guardas civis metropolitanos que tentavam retirar seus pertences. O agentes pediam nota fiscal dos objetos. No mesmo mês, a prefeitura recebeu uma doação de 20 mil cobertores da loja Magazine Luiza para pessoas em situação de rua.