O corpo de Leandro de Souza Santos, 19, foi enterrado sob aplausos e gritos de “Moinho resiste”, na manhã desta quinta-feira (29). O enterro ocorreu no cemitério da Vila Formosa, na zona leste da capital paulista, por volta das 9h30. Um cortejo saiu da Capela da Comunidade, onde Leandro foi velado, na Favela do Moinho, em Campos Elíseos, no centro.
A cerimônia foi acompanhada pelo vereador Eduardo Suplicy (PT), que registrou o enterro em vídeo nas redes sociais. O jovem foi morto a tiros após correr de agentes da Rota (grupo de elite da polícia) na favela do Moinho nesta última terça-feira (27). A PM diz que ele atirou contra os policiais e estes revidaram.
Já moradores afirmam que Leandro não tinha arma, mas era usuário de drogas e correu para dentro do barraco de uma moradora da comunidade. Ali, teria sido agredido e assassinado.
Testemunha da morte do rapaz, a dona de casa Lucimar Oliveira Santana, 30, diz ter se sentido pressionada por oficiais na investigação sobre o caso. Um dia depois do caso, a dona de casa, ainda assustada, contou que, após ter sido retirado do barraco, o corpo de Leandro foi levado para ao menos três endereços por oficiais dentro de uma viatura da Rota.
A Polícia Militar afirma que a operação na qual a morte ocorreu estava relacionada com as tentativas do governo estadual de coibir o tráfico de drogas na cracolândia, localizada a cerca de 1 km dali.
Um dos oficiais que perseguiu o jovem da favela do Moinho e entrou no barraco de Lucimar, o sargento da Rota Pierre Alexandre de Moraes, responde por homicídio em outro caso, que é investigado pelo DHPP.