Consórcio negocia venda de concessão da ‘linha das universidades’ do metrô

SÃO PAULO,SP,05.07.2017:CENA-DIA - Cena do dia. Vista de um antigo posto de combustível cercado por tapumes, na Praça Quatorze Bis, em São Paulo (SP), nesta quarta-feira (05), onde será realizada a futura estação 14 Bis, da Linha-6 Laranja do metrô, que vai ligar os bairros de São Joaquim com Brasilândia. As obras estão paradas há 10 meses porque as construtoras que fazem parte do consórcio Move São Paulo, não conseguem financiamento com o BNDES por causa do envolvimento com a Lava Jato. (Foto: Rogerio de Santis/Futura Press/Folhapress)

O consórcio Move SP recebeu proposta de uma empresa internacional interessada em adquirir a concessão da linha 6-laranja, mais conhecida como “linha das universidades”, do metrô paulistano. A negociação, de caráter confidencial, é válida por 60 dias e foi comunicada à pasta dos transportes da gestão Geraldo Alckmin (PSDB).

Caso esse acordo se concretize, o governo paulista não precisará relicitar o processo de concessão e as obras, que estão paradas, poderiam ser retomadas ainda neste semestre. Nos próximos dois meses, a Move SP vai analisar questões jurídicas, financeiras e técnicas da nova proposta. O interesse internacional pelo empreendimento, caso confirmado, alivia a situação financeira da Move SP.

Três das empreiteiras do consórcio (Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC Engenharia) estão sendo investigadas pela operação Lava Jato pelo pagamento de propinas a políticos, o que inviabilizou até o momento a obtenção de financiamento para o prosseguimento das obras.

A implantação da linha 6-laranja teve início em janeiro de 2015 e, em 2 de setembro do ano passado, por decisão unilateral, a Move São Paulo informou ao governo paulista a paralisação integral das obras, alegando dificuldades na obtenção de financiamento de longo prazo junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Pelo contrato, a concessionária é a única responsável pela obtenção dos financiamentos para a construção, cuja execução atingiu os 15%. O governo Alckmin aportou, até o momento, R$ 694 milhões para pagamento de obras e R$ 979 milhões para pagamento das desapropriações de 371 ações.

Com 15 km de extensão e 15 estações, a linha 6 foi apelidada de linha das universidades, por ter em seu trajeto sedes de instituições de ensino como PUC, Mackenzie e FAAP. Essa linha passará abaixo do rio Tietê e chegará a uma das regiões mais populosas da periferia da zona norte da cidade. Atenderá, por exemplo, o distrito da Brasilândia.