Em crise, Hospital São Paulo recebe verba de R$ 10,8 milhões do MEC

SÃO PAULO,SP,11.07.2017:CRISE-FINANCEIRA-HOSPITAL-SÃO-PAULO - Movimentação no Hospital São Paulo, na Vila Clementino, Zona Sul de São Paulo (SP), na manhã desta terça-feira (11). O Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e o Hospital Universitário da USP deixaram de receber 60 mil pacientes no primeiro semestre deste ano devido à falta de verbas. (Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Folhapress)
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O Ministério da Educação liberou R$ 10,8 milhões para o Hospital São Paulo, na zona sul da capital paulista, que passa por grave crise financeira. O aporte será utilizado para atender os pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) e também vai socorrer o fundo que garante as pesquisas e a residência médica da unidade hospitalar, que pertence à Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo).

De acordo com a reitora da Unifesp, Soraya Smaili, quase 100% dos atendimentos feitos na unidade são vinculados ao SUS. “A infraestrutura do hospital também é muito importante para as pesquisas na área de neurocirurgia, cardiologia, ortopedia e diversas outras, onde temos pesquisa de ponta e altíssima qualidade que se revertem aos pacientes do SUS que atendemos.”

O hospital enfrenta grave crise financeira desde 2016. Faltam insumos básicos para o atendimento à população na emergência, como luvas, seringas e esparadrapos. As internações agendadas também foram suspensas em março devido à falta de recursos.

O pronto-socorro do hospital passou a atender apenas casos de urgência e emergência no início de abril. Na ocasião, a Unifesp afirmou que a unidade precisava de R$ 1,5 milhão por mês (ou R$ 18 milhões por ano) para reabrir o pronto-socorro. Após cobrança da unidade, o Ministério da Saúde negou o aumento de verba e disse que o hospital já recebe verbas suficientes para manter os atendimentos.

“O Hospital São Paulo tem o Cebas [certificado de entidade beneficente de assistência social], a tabela SUS, tem metade de sua força de trabalho paga pelo governo federal e tem mais o Rehuf de R$ 40 milhões, que é dado aos hospitais universitários. Então não tenho como ajudar mais quem já tem muito mais que os outros”, disse o ministro Ricardo Barros (PR) na ocasião.