Ciclistas e pedestres puxam alta de mortes no trânsito na cidade de SP

SÃO PAULO, SP, 21.08.2017: TRÂNSITO-SP - Trânsito na avenida Jaguaré, na zona oeste de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (21). (Foto: Uriel Punk/FramePhoto/Folhapress)
Único jornal diário gratuito no metrô

A cidade de São Paulo já acumula entre janeiro e julho deste ano 552 mortes no trânsito (ou 2,38 por dia). O número é cerca de 2% maior em relação ao mesmo período do ano passado. O número de ciclistas, pedestres e motociclistas mortos impulsionaram essa alta. Os dados são do Infosiga, do governo do Estado.

O número ciclistas mortos na capital paulista aumentou 64% nos primeiros sete meses de 2017, a maior variação no período. As mortes, que saíram de 14 para 23, estão quase que totalmente fora do centro expandido (a exceção é a morte de um homem na avenida Indianópolis, em junho).

Elas se espalham pelas nas zonas norte (8), leste (4) e sul (7) da cidade. O sistema do governo paulista não informa a localização de outras três mortes. Pelo menos duas das mortes, na avenida Imperador e na avenida do Contorno (ambas na zona leste) ocorreram em trechos com ciclovia, onde supostamente o ciclista deveria estar mais protegido de colisões.

Para William Cruz, criador do projeto Vá de Bike, que incentiva o uso seguro de bicicletas no trânsito, a resposta para o crescimento de mortes não está na mudança da estrutura cicloviária. Segundo ele, o clima de disputa entre bicicletas e motoristas pelo uso das ruas se acentuou ao longo de 2017.

“Há um clima ‘anticiclovia’ desde a última eleição. A questão passou a ser muito partidária. E o ciclista que anda todos os dias nas ruas de São Paulo percebe maior tensão e maior ameaça dos motoristas”, conta Cruz.

 

 

Segundo maior perfil de vítimas na capital são os motoqueiros

 

O número de mortes de pedestres também cresceu em São Paulo em 2017. O aumento foi de 19%, variando de 208 para 248 mortes no período. Os pedestres são as vítimas mais frequentes do trânsito paulistano e representam 45% das mortes de 2017. Diferente dos ciclistas, as mortes de pedestres estão espalhadas por toda a cidade, incluindo o centro da cidade.

O segundo maior perfil de vítimas do trânsito paulistano são os motoqueiros, que também registrou aumento de mortalidade em 2017. As 189 mortes de motociclistas neste ano superam em 10% as ocorridas em 2016. As mortes ocorrem prioritariamente no entorno do centro expandido. De acordo com especialistas, esse fato comprova que a fiscalização da Polícia Militar e da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) não deve ser centralizada.

O aumento de cerca de 2% das mortes na capital paulista estão na contramão dos número do Estado de São Paulo, onde houve redução de cerca de 2%. Apesar da ligeira melhora, o Estado de São Paulo também viu crescer o número de mortes de motociclistas e de pedestres, 13% e 8% respectivamente.