Cemitério tem ‘lixão’ com caixões e ossos ao ar livre na zona norte

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Com um lixão a céu aberto, usuários de drogas e tumbas abertas, o cemitério da Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte, vive um cotidiano de abandono. Em um dos cantos do cemitério há uma pilha de lixo que tem pedaços de caixões, roupas de defuntos, entulho e até mesmo ossos humanos.

Dependentes químicos formaram uma pequena cracolândia dentro do local. A proliferação de insetos, principalmente pequenos mosquitos e baratas, incomoda os moradores do entorno. Dezenas de tumbas estão mal conservadas e abertas, e é possível ver ossadas dentro das campas sem tampa. O lixo também recobre parte das sepulturas. Diversas lápides estão amontoadas junto à pilha que reúne os restos de caixões e de cadáveres.

Essas situações acontecem na maior parte do cemitério, sob a gestão João Doria (PSDB), mas a parte mais degradada fica junto ao muro entre as ruas Mendonça Júnior e Santa Rita do Araguaia. Buracos feitos ao longo do muro permitem a livre entrada e saída de dependentes químicos.

Segundo moradores da rua Santa Rita, são os usuários de drogas que arrebentam os muros. “Mesmo quando consertam, rapidamente os ‘noias’ quebram em um novo ponto, para poderem usar drogas lá dentro”, disse a dona de casa Josefina Oliveira, 66 anos, que mora próximo ao local onde são feitos os buracos.

“Isso aqui virou cenário de filme de terror, com esses caixões e ossos largados aí, além de baratas e moscas em enorme quantidade. Nem mortos-vivos faltam, com esses usuários de crack imundos e maltrapilhos circulando por aí”, disse o aposentado Antônio Rodrigues Nery, 67 anos, que mora na rua ao lado do cemitério.

O Serviço Funerário do Município de São Paulo afirmou que fará a limpeza do cemitério Cachoeirinha até sexta-feira, e que notificou a empresa responsável pelo local. “Caso a situação não se normalize até a próxima semana, a empresa será multada. Essas ações reduzirão a presença de insetos”, diz a nota, que afirma ainda que a melhoria na manutenção e segurança dos cemitérios “será obtida com sua concessão ao setor privado”.

Sobre o uso de drogas, prefeitura diz que a Guarda Civil Metropolitana age apenas no interior dos cemitérios e do crematório. A Secretaria da Segurança Pública afirmou que a Polícia Militar vai verificar a necessidade de readequar o policiamento na região.