Pelo menos 80 pessoas foram presas pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Brabo, deflagrada nesta segunda-feira (4) para desarticular um esquema de tráfico internacional de cocaína. Desse total, 28 foram detidas no Porto de Santos, que funcionava como principal local de envio da droga para a Europa. O balanço é parcial. Os 127 mandados de prisão e 190 de busca e apreensão foram cumpridos por cerca de 800 policiais nos estados do Paraná, de São Paulo, de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul e do Distrito Federal.
Segundo os delegados responsáveis pela operação, o objetivo era desmontar diversas células criminosas, sem que houvesse uma principal, que atuavam em consórcio para o envio da droga para países europeus.
“Algumas estratégias efetivadas pelo grupo contavam com a participação de grupos criminosos aqui no Brasil, seja no tocante à logística, seja na aquisição”, explicou Rodrigo Costa, delegado regional de combate e investigação do crime organizado. Em São Paulo, o esquema contava com integrantes da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Durante a investigação, que teve início em agosto de 2016, foram apreendidas 6 toneladas de cocaína. A apuração começou a partir de informações fornecidas pelo DEA (agência norte-americana de combate ao tráfico de drogas).
Foram apreendidos nesta segunda 3 quilos (kg) de cocaína e uma pistola com um dos investigados. As drogas iam para portos da Itália, Espanha, Inglaterra e França. Dois presos são sérvios e viviam no Brasil como intermediadores para a venda na Europa. Segundo a PF, a cocaína chegava na Europa por cerca de R$ 25 a 30 mil, o quilo. Estima-se que até 50% desse valor ficava no Brasil.
O nome da operação (Brabo) faz referência a um dos destinos da droga, o Porto de Antuérpia, na Bélgica. “Brabo seria um soldado romano que teria libertado os habitantes da região do Rio Escalda, onde se localiza Antuérpia, do jugo de um gigante e jogado sua mão no rio. Essa lenda deu origem ao nome da cidade.”